O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, anunciou o valor em mensagem publicada na rede social Telegram e explicou que servirá para garantir a segurança dos voos durante as manobras russas no mar Negro.
Os fundos provêm do Fundo de Reserva dos orçamentos gerais ucranianos e destinam-se a seguros e às empresas de aluguer de aeronaves.
"Esta decisão estabilizará a situação no mercado de transporte de passageiros e garantirá o regresso à Ucrânia dos nossos cidadãos que estão atualmente no exterior", explicou Shmigal.
O Ministério das Infraestruturas anunciou, por seu lado, que os fundos serão depositados numa conta separada e serão utilizados, se necessário, para apoiar seguradoras, resseguradoras, empresas de 'leasing' e companhias aéreas.
Com esses recursos, são cobertos até 23 aparelhos, segundo o ministério.
"A decisão de hoje é um sinal para a comunidade internacional de que a Ucrânia está pronta a comprometer-se financeiramente com a segurança das aeronaves no espaço aéreo ucraniano", disse o ministro das Infraestruturas, Oleksander Kubrakov.
"Em particular, a partir de [segunda-feira] começaremos a garantir as obrigações financeiras das empresas de 'leasing'", destacou.
Após a resolução dessa situação, os recursos retornarão aos cofres públicos.
Hoje, o Ministério das Infraestruturas negou que o espaço aéreo ucraniano fosse fechar, embora logo a seguir o Serviço de Aviação do Estado da Ucrânia (UkSATSE) emitiu um alerta para não fosse feito o sobrevoo do mar Negro entre os dias 14 e 19 de fevereiro.
No sábado, a companhia aérea holandesa KLM suspendeu os seus voos para a Ucrânia.
Além disso, um voo procedente do Funchal, para Borispil (Ucrânia), da companhia aérea ucraniana SkyUp, teve de aterrar em Chisinau, na Moldávia, porque o proprietário do avião, que estava alugado, se recusou a permitir que viajasse para a Ucrânia.
A própria SkyUp anunciou a suspensão da venda de passagens devido à decisão das seguradoras em não cobrirem voos no espaço aéreo ucraniano a partir de segunda-feira, depois de ter sido notificada no sábado, 12 de fevereiro, devido ao "aumento do risco de hostilidades".
A tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a Rússia ter estacionado mais de 100.000 soldados perto da fronteira ucraniana, o que fez disparar alarmes na Ucrânia e no Ocidente, que denunciou os preparativos para uma invasão daquela ex-república soviética.
Em dezembro, a Rússia exigiu garantias de segurança obrigatórias dos EUA e da NATO para impedir que a Aliança Atlântica se expandisse mais para o leste e implantasse armas ofensivas perto de suas fronteiras.
Moscovo escreveu recentemente uma carta a todos os países membros da OSCE pedindo-lhes que se posicionassem sobre o que entendem por segurança indivisível na Europa.
Apesar dos esforços diplomáticos, uma diminuição da escalada militar e da tensão não foi alcançada até agora.
A Rússia alega que tem o direito soberano de estacionar tropas em qualquer lugar de seu território e, por sua vez, denuncia o fornecimento maciço de armas à Ucrânia pelo Ocidente