Os responsáveis das duas polícias - Demmelash Gebremichael, comissário da Comissão Federal de Polícia da Etiópia e Hilary Mutyambai, chefe do Serviço Nacional de Polícia do Quénia -, reuniram-se hoje em Adis Abeba.
Numa declaração conjunta emitida após a reunião, Demmelash e Mutyambai concordaram em assinar um memorando de entendimento entre as forças policiais dos dois países para conduzir operações conjuntas e trocar informações.
O OLA "está a treinar os seus membros ao longo da fronteira queniana para lançar uma ofensiva contra a Etiópia", disse o líder da polícia etíope numa conferência de imprensa conjunta.
"Discutimos portanto a necessidade de uma operação conjunta para controlar as atividades do grupo rebelde ao longo da fronteira queniana", acrescentou Demmelash.
O chefe do Serviço Nacional de Polícia do Quénia disse que também concordaram em trabalhar em conjunto para prevenir o "crime transfronteiriço".
Atualmente, o exército e a polícia etíopes lançaram uma operação contra o OLA, que opera na cidade fronteiriça queniana de Borena.
O OLA é uma dissidência da Frente de Libertação Oromo (OLF) depois de o partido - um defensor da autodeterminação do povo Oromo tradicionalmente marginalizado - ter deposto as armas para regressar ao país e envolver-se na política a convite do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, em 2018, quando este chegou ao poder.
A câmara baixa do parlamento etíope aprovou no ano passado uma resolução governamental designando o OLA, que, antes de se separar da sua organização-mãe, agiu como a sua ala armada, como uma organização terrorista.
O Al-Shabab realizou numerosos ataques no Quénia desde outubro de 2011, quando o Quénia enviou o seu exército para a Somália, que também faz fronteira com a Etiópia, em resposta a uma onda de raptos atribuídos ao grupo 'jihadista' dentro do seu território.
Filiado na Al-Qaida em 2012, o Al-Shabab controla parte do território no centro e sul da Somália e pretende estabelecer um estado islâmico 'Wahhabi' (ultra-conservador) no país.
A Somália tem estado num estado de conflito e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barré foi derrubado, deixando o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.
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