A capital, Honiara, tem apenas um pequeno hospital e as autoridades já transformaram um edifício desportivo num hospital de campanha e um estádio de futebol num centro de vacinação, disse o secretário-geral da Cruz Vermelha das Ilhas Salomão, Clement Manuri.
"O que está a acontecer atualmente é que eles estão a tentar manter nessas instalações apenas pessoas realmente doentes com covid-19, com dificuldade para respirar,", disse Manuri numa entrevista à agência de notícias Associated Press.
"Caso contrário, o conselho para as pessoas que testaram positivo é o auto-isolamento em casa."
A nação de cerca de 690.000 habitantes é composta por centenas de ilhas, e muitas têm apenas pequenas clínicas de saúde ou não têm quaisquer instalações próximas, disse Manuri.
"Acho que o receio agora é que, se [o surto] chegar às aldeias, será um problema muito sério", disse ele.
As autoridades das Ilhas Salomão disseram na semana passada que uma em cada duas pessoas na capital agora tem sintomas de covid-19.
Mas a falta de testes torna difícil saber exatamente quantos estão atualmente doentes, porque o país está também a viver um surto da gripe comum, disse Manuri.
Oficialmente, as Ilhas Salomão tiveram 68 mortes confirmadas por covid-19 e 5.043 casos, de acordo com o portal 'Our World in Data'.
As autoridades têm tido dificuldades na campanha de imunização, principalmente em ilhas remotas de difícil acesso.
Além disso, disse Clement Manuri, há muita hesitação em relação às vacinas, em grande parte devido à disseminação de informações falsas.
Mas o surto atual e novos regulamentos governamentais que fecham muitas instalações para pessoas não vacinadas têm sobrecarregado os centros de vacinação.
"As pessoas estão a fazer fila o dia inteiro", disse Manuri.
Atualmente, apenas 11% da população das Ilhas Salomão está totalmente vacinada, mas outros 17% já tiveram sua primeira vacina, de acordo com 'Our World in Data'.
Com o aparecimento da variante Ómicron, considerada altamente contagiosa, vários outros países do Pacífico estão também a enfrentar os primeiros surtos comunitários com recursos de saúde limitados e o isolamento geográfico a dificultar a ajuda internacional.
A covid-19 provocou pelo menos 5.848.104 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
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