"Um exemplo de cooperação em matéria de segurança é o que se tem passado nos últimos tempos em Moçambique" e em que a UE poderá colaborar, disse Charles Michel, na conferência de imprensa final da VI cimeira União Europeia (UE) -- União Africana (UA).
"O ponto de partida é o diálogo político, a escuta mútua, a análise conjunta de uma situação e a compreensão de qual a melhor maneira de sermos eficazes [...], podemos acelerar o processo e disponibilizar uma determinada quantidade de meios, conforme as necessidades no terreno, para haver estabilidade e segurança", referiu o presidente do Conselho Europeu.
Michel adiantou ainda que os debates mantidos entre as delegações nos dois dias da cimeira UE/UA permitiram que os dois blocos se escutassem mutuamente.
Moçambique pediu à UE para financiar as operações conjuntas entre as forças moçambicanas e militares do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, que estão no terreno lutar contra o terrorismo.
Esta cimeira UE-UA, originalmente prevista para 2020, pôde finalmente acontecer devido à evolução da situação pandémica, que possibilitou a presença em Bruxelas de cerca de sete dezenas de chefes de Estado e de Governo dos dois continentes.
Quase cinco anos depois da anterior reunião de líderes da UE e UA, celebrada em Abidjan em 2017, Bruxelas acolheu a VI cimeira, que contou com a participação de cerca de 70 delegações ao mais alto nível dos Estados-membros das duas organizações, incluindo Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Os países africanos lusófonos estiveram todos representados ao mais alto nível na cimeira, incluindo pelos chefes de Estado da Guiné-Bissau, Moçambique e de São Tomé e Príncipe, o vice-presidente de Angola e o primeiro-ministro de Cabo Verde.
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