A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, disse hoje que a eleição vai ser adiada por seis semanas, a contar a partir de 27 de março, já que a sua realização representaria "riscos para a saúde pública".
O líder executivo de Hong Kong, uma região administrativa especial chinesa, é eleito por um comité de apenas 1.462 pessoas, incluindo legisladores, representantes de várias indústrias e profissões e representantes pró-Pequim, como deputados de Hong Kong na Assembleia Nacional Popular da China.
Vários candidatos, incluindo o produtor de cinema Checkley Sin e o empresário Titus Wu, confirmaram a sua intenção de concorrer.
Não é claro se Carrie Lam concorrerá à reeleição.
Lam anunciou também planos para testar toda a cidade de Hong Kong para a doença covid-19.
"Uma das medidas que estamos a preparar, com muita seriedade, é o teste universal obrigatório. Vamos testar toda a gente em Hong Kong", disse a chefe do executivo, em conferência de imprensa.
"Testes obrigatórios e um bloqueio completo da cidade não têm que andar de mãos dadas. Depende da situação real", apontou.
E acrescentou: "No nosso caso, tendo examinado a situação única em Hong Kong, provavelmente faremos testes universais para todos, mas testando mais vezes".
A responsável citou como exemplo Macau, que testou toda a sua população duas vezes para o vírus.
As autoridades de saúde disseram na quinta-feira que os hospitais do território atingiram 90% da sua capacidade e que as instalações de isolamento estão cheias.
Os novos casos diários em Hong Kong ultrapassaram os 2.000 pela primeira vez na segunda-feira. Hoje foram relatadas mais de 3.600 novas infeções locais.
Hong Kong alinha com a política rígida de "zero casos" da China continental, que envolve a quarentena de viajantes oriundos do estrangeiro, medidas de confinamento, rastreamento extenso de contactos e testes em massa de milhões de pessoas.
Lam manteve a mesma estratégia, apesar da maior densidade populacional da cidade e uma economia mais orientada para os serviços do que na China continental.
Na semana passada, todo o bairro de Discovery Bay, em Hong Kong, foi submetido a testes depois de as autoridades encontraram vestígios do vírus no esgoto.
A covid-19 provocou pelo menos 5.848.104 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
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