"É cínico e cruel usar seres humanos como peões para distrair a atenção do mundo do facto de a Rússia estar a preparar tropas para atacar", disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, à margem da Conferência de Segurança de Munique.
"Tais anúncios constituem mais tentativas de esconder, através de mentiras e de desinformação, o facto de que a Rússia é o agressor neste conflito", acrescentou o porta-voz.
A evacuação do leste da Ucrânia foi hoje anunciada por separatistas pró-russos, que indicaram que as primeiras pessoas a ser deslocadas foram mulheres, crianças e idosos, acusando o Governo ucraniano de estar a preparar uma invasão, apesar dos desmentidos de Kiev.
Canais de televisão russos mostraram imagens das evacuações, incluindo a deslocação de crianças no pátio de um orfanato.
A autoproclamada república popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, denunciou um aumento nos ataques das forças armadas ucranianas, para justificar as medidas de evacuação que começam a ser preparadas em larga escala.
Os separatistas das regiões de Lugansk e Donetsk relataram mais bombardeamentos por forças ucranianas ao longo da tensa linha de contacto.
Contudo, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, já anunciou que Kiev não planeia nenhuma ação violenta contra os territórios separatistas, garantindo que o seu Governo está comprometido com uma solução pacífica para o conflito.
Nas últimas horas, especialmente na quinta-feira, ocorreram graves violações do cessar-fogo estabelecido em 2015, ao abrigo dos Acordos de Minsk, no leste do país.
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