Ucrânia. Berlim promete compensar alemães pelo aumento do preço do gás

O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, defendeu hoje o bloqueio do gasoduto Nord Stream 2, alegando que nunca devia ter sido construído e prometeu compensar cidadãos e empresas pelo esperado aumento do preço do gás.

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Lusa
23/02/2022 13:00 ‧ 23/02/2022 por Lusa

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Ucrânia

"Vamos atenuar a subida momentânea do preço do gás e os seus encargos para os cidadãos e empresas", disse Habeck, vice-chanceler do governo de Olaf Scholz, em declarações à rádio pública alemã Deutschlandfunk.

Habeck, de Os Verdes, que chefia o superministério da Economia e do Clima desde dezembro, assegurou que a Alemanha tem gás suficiente e que o abastecimento está garantido, já que foram tomadas medidas nesse sentido.

O ministro disse ainda que a Alemanha pode prescindir por completo do gás russo, mas advertiu que isso teria um custo elevado.

Habeck considerou que o Nord Stream 2 nunca devia ter sido construído por ser "um enorme fator de risco no Báltico", uma posição que sempre defendeu por, entre outros motivos, implicar uma forte dependência energética de Moscovo.

O chanceler Olaf Scholz anunciou na terça-feira a suspensão do processo de certificação do gasoduto, cuja construção terminou no ano passado, sem que tenha recebido licença para entrar em funcionamento.

O líder alemão, que até agora tinha evitado pronunciar-se sobre o futuro do gasoduto, apesar das pressões para a suspensão, acabou por tomar a decisão após o reconhecimento por parte da Rússia das regiões separatistas pró-russas do leste da Ucrânia.

O Nord Stream 2, de 1.235 quilómetros, foi construído para transportar gás russo diretamente para a Alemanha sem passar pela Ucrânia, tal como seu antecessor, o Nord Stream 1, em funcionamento desde 2011.

O grande projeto energético inicial foi assinado pelo então chanceler alemão Gerhard Schröder (1998-2005) e pelo presidente russo, Vladimir Putin, em abril de 2005, meses antes da chegada ao poder de Angela Merkel.

A suspensão do processo de certificação do gasoduto ocorre no ano em que a Alemanha deve encerrar as suas três últimas centrais nucleares.

Leia Também: Consumidores de gás natural vão sentir aumento "inevitável" do preço

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