"Vamos atenuar a subida momentânea do preço do gás e os seus encargos para os cidadãos e empresas", disse Habeck, vice-chanceler do governo de Olaf Scholz, em declarações à rádio pública alemã Deutschlandfunk.
Habeck, de Os Verdes, que chefia o superministério da Economia e do Clima desde dezembro, assegurou que a Alemanha tem gás suficiente e que o abastecimento está garantido, já que foram tomadas medidas nesse sentido.
O ministro disse ainda que a Alemanha pode prescindir por completo do gás russo, mas advertiu que isso teria um custo elevado.
Habeck considerou que o Nord Stream 2 nunca devia ter sido construído por ser "um enorme fator de risco no Báltico", uma posição que sempre defendeu por, entre outros motivos, implicar uma forte dependência energética de Moscovo.
O chanceler Olaf Scholz anunciou na terça-feira a suspensão do processo de certificação do gasoduto, cuja construção terminou no ano passado, sem que tenha recebido licença para entrar em funcionamento.
O líder alemão, que até agora tinha evitado pronunciar-se sobre o futuro do gasoduto, apesar das pressões para a suspensão, acabou por tomar a decisão após o reconhecimento por parte da Rússia das regiões separatistas pró-russas do leste da Ucrânia.
O Nord Stream 2, de 1.235 quilómetros, foi construído para transportar gás russo diretamente para a Alemanha sem passar pela Ucrânia, tal como seu antecessor, o Nord Stream 1, em funcionamento desde 2011.
O grande projeto energético inicial foi assinado pelo então chanceler alemão Gerhard Schröder (1998-2005) e pelo presidente russo, Vladimir Putin, em abril de 2005, meses antes da chegada ao poder de Angela Merkel.
A suspensão do processo de certificação do gasoduto ocorre no ano em que a Alemanha deve encerrar as suas três últimas centrais nucleares.
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