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Daesh reivindica ataques que mataram dezenas de soldados nigerianos

Dezenas de soldados nigerianos foram mortos e feridos em ataques recentes no nordeste da Nigéria, de acordo com um comunicado do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que reivindicou as ações.

Daesh reivindica ataques que mataram dezenas de soldados nigerianos
Notícias ao Minuto

14:36 - 23/02/22 por Lusa

Mundo Nigéria

Os ataques com explosivos atingiram soldados em patrulha em vários postos de controlo no Estado de Borno, matando e ferindo mais de 30 soldados, segundo o comunicado sobre o último dos ataques divulgado na terça-feira à noite.

O grupo Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês) é uma fação dissidente do movimento extremista Boko Haram, que há mais de 10 anos lançou uma insurgência rebelde contra o Governo nigeriano.

Segundo a agência noticiosa AP, os militares nigerianos não comentaram a reivindicação do EI, tendo relatado a morte de "vários" extremistas e a recuperação de um "grande número de armas" e veículos dos terroristas durante "operações de limpeza" na segunda-feira no Estado de Borno, num local diferente dos ataques reivindicados pelos extremistas.

Na terça-feira, militantes do EI atacaram uma equipa de patrulha do exército nigeriano com quatro dispositivos explosivos seguidos de morteiros lançados sobre um acampamento militar na cidade de Mallam Fatori, a poucos quilómetros de distância do vizinho Níger, no norte da Nigéria, lê-se no comunicado do grupo terrorista.

Um dispositivo explosivo detonado durante outra emboscada resultou na morte de três soldados nigerianos em Mallam Fatori, detalha o EI, enquanto "todos os que estavam a bordo" de um camião militar foram mortos ou feridos em mais uma emboscada a uma coluna das forças armadas governamentais na cidade de Jiri, nos arredores de Borno.

Três ataques no domingo e na segunda-feira mataram e feriram "vários" soldados nigerianos, disse o EI em declarações separadas, enquanto as forças de segurança continuam a ser vítimas de emboscadas em áreas que os terroristas tentam controlar, especialmente ao longo do eixo do lago Chade.

Desde a morte do líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, em meados de 2021, o grupo ligado ao EI procura consolidar a sua posição na bacia do lago Chade e no nordeste da Nigéria sobre o Boko Haram, embora ambos os grupos extremistas rivais permaneçam unidos numa insurgência contra o Governo nigeriano que se expandiu para os vizinhos Níger, Chade e Camarões e que resultou na morte de milhares e no deslocamento de milhões de pessoas.

Entre alegações de sucesso dos militares nigerianos na guerra contra os terroristas, analistas e residentes -- alguns dos quais terão sido forçados a regressar às suas casas anos depois de terem fugido -, argumentaram que a insurgência extremista está longe de terminar.

A situação ainda é "muito, muito perigosa (e) muito ameaçadora", disse à AP o responsável das operações humanitárias das Nações Unidas, Martin Griffiths, em janeiro.

Trata-se de "um tipo de operação muito diferente e muito difícil também de deter", destacou o responsável.

Leia Também: Novo ataque no Níger faz pelo menos 18 mortos

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