Os ataques com explosivos atingiram soldados em patrulha em vários postos de controlo no Estado de Borno, matando e ferindo mais de 30 soldados, segundo o comunicado sobre o último dos ataques divulgado na terça-feira à noite.
O grupo Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês) é uma fação dissidente do movimento extremista Boko Haram, que há mais de 10 anos lançou uma insurgência rebelde contra o Governo nigeriano.
Segundo a agência noticiosa AP, os militares nigerianos não comentaram a reivindicação do EI, tendo relatado a morte de "vários" extremistas e a recuperação de um "grande número de armas" e veículos dos terroristas durante "operações de limpeza" na segunda-feira no Estado de Borno, num local diferente dos ataques reivindicados pelos extremistas.
Na terça-feira, militantes do EI atacaram uma equipa de patrulha do exército nigeriano com quatro dispositivos explosivos seguidos de morteiros lançados sobre um acampamento militar na cidade de Mallam Fatori, a poucos quilómetros de distância do vizinho Níger, no norte da Nigéria, lê-se no comunicado do grupo terrorista.
Um dispositivo explosivo detonado durante outra emboscada resultou na morte de três soldados nigerianos em Mallam Fatori, detalha o EI, enquanto "todos os que estavam a bordo" de um camião militar foram mortos ou feridos em mais uma emboscada a uma coluna das forças armadas governamentais na cidade de Jiri, nos arredores de Borno.
Três ataques no domingo e na segunda-feira mataram e feriram "vários" soldados nigerianos, disse o EI em declarações separadas, enquanto as forças de segurança continuam a ser vítimas de emboscadas em áreas que os terroristas tentam controlar, especialmente ao longo do eixo do lago Chade.
Desde a morte do líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, em meados de 2021, o grupo ligado ao EI procura consolidar a sua posição na bacia do lago Chade e no nordeste da Nigéria sobre o Boko Haram, embora ambos os grupos extremistas rivais permaneçam unidos numa insurgência contra o Governo nigeriano que se expandiu para os vizinhos Níger, Chade e Camarões e que resultou na morte de milhares e no deslocamento de milhões de pessoas.
Entre alegações de sucesso dos militares nigerianos na guerra contra os terroristas, analistas e residentes -- alguns dos quais terão sido forçados a regressar às suas casas anos depois de terem fugido -, argumentaram que a insurgência extremista está longe de terminar.
A situação ainda é "muito, muito perigosa (e) muito ameaçadora", disse à AP o responsável das operações humanitárias das Nações Unidas, Martin Griffiths, em janeiro.
Trata-se de "um tipo de operação muito diferente e muito difícil também de deter", destacou o responsável.
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