Forças russas tentam tomar central nuclear de Chernobyl

Presidente ucraniano pede intervenção da Suécia para proteger a perigosa central nuclear.

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Hélio Carvalho
24/02/2022 15:33 ‧ 24/02/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky informou, na tarde desta quinta-feira, que o confronto entre tropas russas e ucranianas está cada vez mais próximo da central nuclear de Chernobyl, onde um desastre em 1986 matou milhares de pessoas na Ucrânia e a radiação deixou sequelas na população e no território.

Numa mensagem no Twitter, Zelensky afirmou que "as tropas russas estão a tentar tomar a central nuclear de energia de Chernobyl" e que os ucranianos "estão a dar a vida para que a tragédia de 1986 não se repita".

Atualmente, o reator número 4 da central de Chernobyl é encoberto por um sarcófago em cimento que protege a Ucrânia, e o mundo, da enorme quantidade de partículas radioativas que continuam a emanar do reator exposto.

Qualquer dano à estrutura que, aliás, está em vias de ser substituída, pode colocar em risco os esforços de décadas para evitar um novo desastre.

Em 1986, a União Soviética procurou encobrir ao máximo a dimensão real do acidente nuclear em Chernobyl, incluindo as falhas humanas e burocráticas que originaram o desastre. No entanto, poucos dias depois do acidente no dia 26 de maio de 1986, partículas radioativas foram encontradas na Suécia, causando o alarme na Europa e no mundo.

O presidente Zelensky aludiu a esta colaboração sueca nos esforços para conter o desastre de Chernobyl, identificando o governo sueco na sua mensagem no Twitter.

Na altura, a URSS mobilizou centenas de milhares de trabalhadores em esforços para conter a propagação da radioatividade e para fechar o reator exposto na central. Apesar de apenas algumas dezenas de pessoas terem sido registadas como as únicas mortes oficiais como resultado do desastre, estima-se que centenas de milhares de pessoas na Ucrânia, Bielorrússia, Rússia, entre outros países, tenham sofrido as consequências do desastre.

Nos anos que se seguiram à explosão do reator número 4, o número de cancros nesses países aumentou exponencialmente devido à exposição a doses perigosas de radiação.

Leia Também: AO MINUTO: Mais de 200 ataques na Ucrânia; Portugal pode enviar militares

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