Autoridades russas prometem reprimir manifestações anti-guerra

As autoridades russas anunciaram hoje que reprimirão qualquer manifestação "não-autorizada" que se realize na Rússia contra a guerra na Ucrânia, onde Moscovo lançou esta madrugada uma ofensiva militar de grande envergadura.

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Lusa
24/02/2022 16:28 ‧ 24/02/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O Ministério do Interior, o ministério público e o Comité de Investigação russos advertiram os cidadãos russos contra qualquer ação de protesto.

O Comité de Investigação sublinhou que os participantes em concentrações sobre "a situação tensa em matéria de política externa" ou em distúrbios enfrentarão processos judiciais.

"Recordamos que os apelos para participar e a participação direta em tais ações não-autorizadas trarão graves consequências judiciais", alertou.

Por sua vez, o ministério público indicou ter feito "advertências" às pessoas que incitam à participação em manifestações de protesto contra a guerra na Ucrânia.

O Ministério do Interior avisou que as concentrações serão "ilegais" e que a polícia "tomará todas as medias necessárias para garantir a ordem pública".

Algumas contas nas redes sociais emitiram apelos aos cidadãos russos para se concentrarem hoje à noite em Moscovo e em São Petersburgo para protestar contra a guerra.

A oposição russa foi, contudo, dizimada nos últimos dois anos e os seus líderes foram presos ou obrigados a exilar-se.

O principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, está atualmente na prisão, no âmbito de um processo que ele considera político e enfrenta novas acusações num julgamento iniciado há vários dias e no qual incorre numa pena de prisão de mais dez anos.

Navalny declarou-se hoje contra a guerra russa na Ucrânia.

A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar com três frentes sobre a Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico-Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

Leia Também: "Violação ostensiva e flagrante". Marcelo reforça "condenação" à Rússia

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