Ex-polícias condenados por violação de direitos no assassínio de Floyd

Três ex-polícias de Minneapolis, nos Estados Unidos da América, foram hoje condenadas por violar os direitos civis do afro-americano George Floyd, asfixiado em maio de 2020.

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Lusa
25/02/2022 06:42 ‧ 25/02/2022 por Lusa

Mundo

George Floyd

Tou Thao, J. Alexander Kueng e Thomas Lane foram acusados de privar Floyd do seu direito a cuidados médicos quando o polícia Derek Chauvin pressionou o joelho no seu pescoço por nove minutos e meio enquanto o homem negro de 46 anos era algemado e colocado com o rosto no chão em maio de 2020.

Thao e Lane também foram acusados de não intervir para travar as ações de Chauvin.

O assassínio, gravado em vídeo, provocou protestos em Minneapolis que se espalharam pelo mundo como parte de um amplo debate sobre a injustiça racial.

Chauvin foi condenado por homicídio no ano passado num tribunal estadual e declarou-se culpado em dezembro no caso de âmbito federal.

Kueng ajoelhou-se nas costas de Floyd, Lane segurou-lhe as pernas e Thao manteve os transeuntes afastados.

Kueng e Lane disseram que entregaram as decisões a Chauvin, uma vez que era o agente sénior no local. Thao testemunhou que confiava nos outros polícias para cuidar das necessidades médicas de Floyd, porque a sua atenção estava em outro lugar.

A condenação por violação de direitos civis federais que resulte em morte é punível com prisão perpétua ou até mesmo com a morte, mas tais sentenças são extremamente raras. Os ex-agentes permanecerão livres sob fiança até a sentença.

Durante o julgamento de um mês, os procuradores tentaram mostrar que os polícias violaram o seu treino, inclusive quando não conseguiram mover Floyd ou fazer reanimação cardiorrespiratória. Os procuradores argumentaram que a condição de Floyd era tão grave que mesmo transeuntes sem treino médicos básicos podiam ver que ele precisava de ajuda.

A defesa argumentou que o seu treino era inadequado e que os agentes passaram a responsabilidade para Chauvin como o polícia sénior no local.

Os procuradores disseram ao júri durante as alegações finais que os três policias "escolheram não fazer nada", enquanto Chauvin espremia a vida de Floyd. Os advogados de defesa responderam que os agentes eram muito inexperientes, não foram treinados adequadamente e não violaram deliberadamente os direitos de Floyd.

As últimas palavras de Floyd captadas pelo vídeo, "não consigo respirar", tornaram-se um slogan dos protestos antiviolência policial contra a comunidade afro-americana em todo país, e até em cidades europeias, como Londres e Paris.

Leia Também: Caso de Covid-19 interrompe julgamento a polícias sobre a morte de Floyd

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