Suíça endurece pacote de sanções contra a Rússia

A Suíça endureceu o seu pacote de medidas contra a Rússia, para garantir que as sanções internacionais, após a invasão da Ucrânia, não são contornadas através de instituições suíças, revelou hoje o Ministério da Economia.

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Lusa
25/02/2022 23:55 ‧ 25/02/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Os helvéticos vão alargar as medidas ao abrigo de um decreto colocado em prática para evitar a evasão das sanções pelos russos e para ter "em consideração as várias decisões adotadas pela União Europeia (UE)".

Segundo um comunicado do Ministério da Economia, intermediários financeiros, como bancos ou seguradoras, ficam vedados de estabelecerem novas relações comerciais com 363 pessoas [alvo de sanções], bem como com as quatro novas entidades visadas pelas sanções.

Estas instituições terão ainda a obrigação de comunicar "imediatamente" à secretaria de Estado da Economia as ligações que têm com estes clientes alvo de sanções.

"Estas pessoas não têm mais o direito a entrar na Suíça", destacou Guy Parmelin, responsável pelo Ministério da Economia, durante uma conferência de imprensa.

O agravamento das medidas entrou em vigor às 17:00 de hoje.

O governo suíço já tomou conhecimento das outras sanções impostas pela UE em 23 de fevereiro e está a preparar uma nova adaptação à sua portaria.

Como país neutro, a Suíça não assumiu diretamente as sanções da UE após a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, mas colocou em prática uma portaria que visa impedir que bancos e intermediários financeiros suíços sejam usados para contorná-las.

"Têm quase os mesmos efeitos. Aderem de forma quase idêntica às medidas decretadas pela UE", declarou Parmelin.

A Rússia é apenas o 23.º maior parceiro comercial da Suíça e, em 2021, as exportações da Suíça para a Rússia foram limitadas a 3,2 biliões de francos suíços (cerca de 3 biliões de euros), ou apenas 1,2% de suas exportações totais, segundo dados da Administração Federal de Alfândegas.

Mas quase 80% do comércio de petróleo e gás russo é feito na Suíça, segundo estimativas citadas pela imprensa suíça, enquanto o país abriga grandes empresas de comércio de como Gunvor, Trafigura e Glencore.

Outro exemplo é a empresa que administra o gasoduto Nord Stream 2, cuja certificação foi suspensa pela Alemanha após a invasão da Ucrânia, que também tem a sua sede no cantão de Zug.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

Leia Também: ONU procurará mais de 890 milhões de euros para ajuda humanitária

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