Apesar de uma tempestade de neve, dezenas de pessoas reuniram-se junto ao consulado-geral da Rússia em Montreal para exigir ao Presidente russo, Vladimir Putin, que "tire as mãos da Ucrânia".
"Espero que seja o início do fim deste regime, mas este é um preço alto a pagar", disse uma engenheira russa Elena Lelièvre, de 37 anos.
Ivan Puhachov, estudante ucraniano na Universidade de Montreal, pediu o envio de mais equipamento militar para a Ucrânia, onde tem a família.
"As sanções económicas, é claro, funcionarão, mas em algumas semanas, em alguns meses... O nosso povo está a morrer por causa da pouca ajuda que estamos a receber", disse o jovem, de 25 anos.
Nos últimos dias, manifestações também foram organizadas em Halifax, Winnipeg, Vancouver e em Toronto, onde a câmara municipal hasteou uma bandeira ucraniana, enquanto alguns locais, incluindo as cataratas do Niágara, foram iluminados com as cores da Ucrânia, amarelo e azul, em apoio ao país europeu.
Várias províncias canadianas, incluindo Quebeque e Ontário, anunciaram a retirada de produtos da Rússia, nomeadamente vodka, das lojas de bebidas.
No Peru, junto à embaixada russa em Lima, dezenas de ucranianos e peruanos pediram paz e "liberdade para a Ucrânia" e o fim da intervenção militar russa.
"É importante que se saiba que a Rússia começou a guerra. Por favor, tenham cuidado com as notícias: a Ucrânia não quer guerra, quer paz", disse Antón, um jovem ucraniano residente em Lima.
Na sexta-feira, o Presidente do Peru, Pedro Castillo, ordenou o envio de um avião do Ministério da Defesa para retirar centenas de peruanos da Ucrânia.
Também na sexta-feira, dezenas de cidadãos ucranianos manifestaram-se junto ao monumento do Anjo da Independência, no centro da Cidade do México, acusando Putin de crimes de guerra.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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