"Agora proibimos os 'media' estatais russos de colocar anúncios ou ganhar dinheiro na nossa plataforma em qualquer lugar do mundo", disse na rede social Twitter o chefe de política de segurança do Facebook, Nathaniel Gleicher, acrescentando que a medida está prestes a ser implementada.
Gleicher prometeu que o Facebook vai continuar a "assinalar como 'media' estatal" mais meios de comunicação social apoiados pelo Estado russo. "Estas mudanças já começaram a ser implementadas e vão continuar durante o fim de semana", disse.
A rede social, parte do grupo Meta, está a acompanhar de perto a situação na Ucrânia, disse Gleicher. "Vamos continuar a partilhar os passos que estamos a tomar para proteger as pessoas na nossa plataforma", acrescentou.
O acesso ao Facebook foi na sexta-feira restringido na Rússia após os dirigentes daquela plataforma se terem recusado a suspender a "verificação de factos", conforme solicitado pelo Kremlin, adiantou o vice-presidente do Meta, Nick Clegg.
O antigo vice-primeiro-ministro britânico acrescentou que o Meta pretende que os russos "continuem a ser ouvidos, partilhem o que está a acontecer e se organizem no Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger", todas as plataformas do grupo.
As autoridades russas anunciaram uma "restrição parcial" no acesso ao Facebook, depois da rede social norte-americana ter limitado as contas de vários meios de comunicação social apoiados pelo Kremlin, na sequência da invasão russa à Ucrânia.
O regulador russo das comunicações, Rozkomnadzor, afirmou que as restrições afetaram a agência de notícias estatal RIA Novosti, o canal de televisão estatal Zvezda e os 'sites' pró-Kremlin lenta.ru e gazeta.ru., de acordo com a agência de notícias Associated Press.
As restrições das contas, segundo o Rozkomnadzor, incluíram a marcação do conteúdo como não credível e a imposição de restrições técnicas nos resultados de pesquisas, para reduzir audiências das publicações no Facebook.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar em três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram em território ucraniano mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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