Uma capital europeia completamente deserta. Assim se vive o quarto dia de invasão russa na Ucrânia, pelo ponto de vista de Kiev. Com as tropas russas a já terem entrado em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, a capital permanece com recolher obrigatório, mas firme e corajosa.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que a noite "foi dura" no país, com bombardeamentos russos a atingirem zonas habitadas. "A noite passada foi dura, de novo tiros, de novo bombardeamentos de bairros habitacionais, de infraestruturas civis. Não há nada, hoje, que o ocupante não considere um alvo legítimo", afirmou o chefe de Estado ucraniano num vídeo divulgado nas redes sociais.
"Vassylkiv, Kiev, Cherniguiv, Soumi, Kharkiv e muitas outras cidades, vivem em condições que não víamos na nossa terra (...) desde a Segunda Guerra Mundial", sublinhou o Presidente ucraniano.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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