"Assistimos ao que se pode tornar na maior crise humanitária no nosso continente desde há vários anos (...). Devemo-nos preparar para uma crise de proporções históricas", avisou Janez Lenarcic, após uma reunião em Bruxelas dos ministros europeus do Interior.
Citando estimativas das Nações Unidas, o comissário europeu referiu que, em caso de agravamento da guerra na Ucrânia, haverá no país "mais de sete milhões de deslocados".
As Nações Unidas contabilizam perto de 370 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia desde que começou o conflito, na quinta-feira.
Segundo as previsões citadas por Janez Lenarcic, cerca de 18 milhões de pessoas serão afetadas "a nível humanitário" na Ucrânia e nos estados vizinhos, podendo haver até quatro milhões que fujam do país, tornando-se refugiados.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos civis e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia e do Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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