Moçambique e Brasil podem liderar transição energética entre os lusófonos

A Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) considerou hoje que Moçambique pode, juntamente com o Brasil, liderar a estratégia de transição energética entre os países falantes de língua portuguesa.

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Lusa
24/04/2025 17:40 ‧ há 3 horas por Lusa

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"A estratégia de cooperação energética terá que ter alguns líderes e Moçambique, por exemplo, deve ou pode posicionar-se como um dos líderes na estratégia de transição, de modo a passar essa informação aos outros países", declarou hoje à Lusa, em Maputo, a presidente da ALER, Mayra Pereira.

 

Mayra Pereira falava à margem de uma mesa redonda com o tema: "Roteiro de Cooperação 2030 de Energia e Clima na CPLP", evento paralelo à conferência empresarial sobre as energias renováveis, um dos maiores fóruns sobre energias limpas no país.

De acordo com a representante, a nível dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Moçambique e o Brasil são países que apresentam estratégias de transição energética "robustas", com algumas "vantagens competitivas".

"Temos aqui uma grande vantagem, é que todos falamos português. Então neste momento o que estamos a tentar fazer é garantir que nas áreas que tem vantagem competitiva, por exemplo Moçambique e o Brasil, tendo uma estratégia de transição energética robusta, nós podemos apoiar os nossos países irmãos a caminharem na mesma direção", afirmou.

Mayra Pereira explicou ainda que alguns países lusófonos não têm estratégias para transição energética.

"Se os países de expressão portuguesa tiverem acesso à informação que já está produzida para Moçambique e para o Brasil, já têm uma boa base para ver como construir a sua própria narrativa, no seu próprio contexto", acrescentou. 

Por outro lado, segundo Pereira, entre os países da CPLP que já possuem estratégias, persistem ainda desafios na sua implementação, com destaque para "barreiras a nível regulatório e de financiamento". 

Para a fonte, aliado a estratégias individuais, o Roteiro de Cooperação, lançado em março, também pode servir como espaço de diálogo para a identificação das necessidades de cada país.

No contexto sociopolítico atual, caracterizada por tensões político-sociais e fenómenos climáticos extremos, a presidente da ALER defendeu uma "visão mais alargada" e a busca por soluções conjuntas entre os países lusófonos.

"Nós temos cenários geopolíticos muito diferentes. Nós temos de olhar e perceber como é que, por exemplo, a mobilização de fundo tem de ser feita a partir de agora, neste contexto novo", acrescentou. 

O Roteiro de Cooperação 2030 de Energia e Clima na CPLP é um plano que visa identificar prioridades estratégicas comuns aos nove países da comunidade no âmbito da transição energética e resiliência climática.

Para implementação do roteiro na CPLP, a ALER prevê que é necessário um financiamento total de cerca de oito mil milhões de dólares (sete mil milhões de euros) até 2030.

Para o caso de Moçambique, segundo a Associação Moçambicana das Energias Renováveis (AMER), o país precisa de cerca 80 mil milhões de dólares (70,4 mil milhões de euros) para a estratégia de transição energética para fontes renováveis até 2050.

São Estados-membros da CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Equatorial, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Leia Também: Desconvocada greve nas Escolas Portuguesas no Estrangeiro

 

 

 

 

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