Ucrânia. PE tem de pensar na capacidade de defesa e resistência da UE
O chefe da diplomacia europeia, José Borrell, desafiou hoje os eurodeputados a pensarem mais em defesa e no reforço da capacidade de resistir da União Europeia (UE), perante a situação na Ucrânia.
© OLIVIER MATTHYS/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Intervindo no final de um debate de urgência no Parlamento Europeu (PE) sobre a agressão da Rússia à Ucrânia, Borrell desejou que os eurodeputados, na aprovação do próximo orçamento comunitário, sejam mais sensíveis às questões de defesa e segurança.
"A partir de agora, temos que estar preparados para resistir e para agir a longo prazo, com um entendimento claro do que são os nossos desafios e capacidades", alertou.
"Este é o momento de a Europa pensar em si mesma, no que queremos ser no futuro e que penso que tem de ser mais do que aquilo que somos agora", salientou.
O chefe da diplomacia europeia considerou também que a UE tem que rever muitos dos seus métodos e procedimentos e ainda "dar mais atenção à capacidade de agir e ao tempo que passa em debates internos".
"Temos que passar à ação", disse acrescentando: A próxima vez que discutirem o orçamento comunitário, lembrem-se que precisamos de recursos. Ponham mais defesa e segurança nas vossas mentalidades, [...] temos que ser mais responsáveis estrategicamente".
A UE, referiu ainda o Alto Representante para a Política Externa e de Defesa do bloco, tem que "tornar-se uma potência forte", que seja "capaz de coagir, de influenciar as decisões de outros".
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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