Um casal norte-americano, que estava na Ucrânia, conseguiu escapar mas com muitas adversidades pelo caminho. A mulher, de 39 anos, transportou a bebé recém-nascido debaixo do casaco, com um cobertor por cima para tentar bloquear o frio.
A norte-americana, residente na Califórnia, temeu que o filho pudesse morrer congelado, enquanto o marido transportava as malas de ambos. Segundo Los Angeles Times, o casal relatou que a cada 10 minutos verificava se a bebé estava quente o suficiente e a respirar.
Assistiram às explosões, em Kyiv, enquanto dormiam num hospital com o bebé recém-nascido. Jessie, mãe do bebé, admite ter pensado: "O que eu fiz eu? Esta pode ter sido a pior decisão que já tomei".
Em 2019, o casal teve uma filha de uma barriga de aluguer na Ucrânia, como tal, quando decidiram ter um segundo filho, decidiram fazer o mesmo. A mulher e o marido, Jacob, tinham previsto chegar à Ucrânia no dia 23 de fevereiro, contudo, receberam uma mensagem a informar que Lilya, a mulher que iria fazer a gestação de substituição, daria à luz mais cedo.
O casal deixou os Estados Unidos a 13 de fevereiro para estar na Ucrânia no dia do nascimento do bebé que se esperava que nascesse no dia seguinte, o que não aconteceu porque, segundo os médicos, a bebé precisava de mais tempo.
Ao presenciar a invasão da Ucrânia pela Rússia, o casal pressionou os médicos para induzir Lilya a dar à luz, mas os funcionários do hospital não consideraram ser a melhor opção. Após o nascimento da filha, não a podiam retirar do país legalmente sem uma certidão de nascimento. Depois de terem a certidão, não tiveram permissão do médico para levar o bebé porque a sua alimentação não era a melhor e, por esse motivo, não tinha alta médica.
Jacob confessou ter questionado como iriam sair da Ucrânia e ponderou: "Vamos ter que sair pela Polónia". Os três foram com um motorista, que falava apenas russo, até à embaixada temporária dos Estados Unidos, que fica a cerca de 547 quilómetros oeste, em Lviv, perto da fronteira com a Polónia.
O que era para ser uma viagem de seis a sete horas, demorou cerca de 27, o casal levou quatro horas apenas para sair de Kiyv, devido a engarrafamentos, mas a bebé permaneceu sempre calma, segundo os pais. A caminho da embaixada descobriram que estava fechada e dirigiram-se para a fronteira com a Polónia. O trânsito impediu que se conseguissem deslocar de carro e Jessie disse ao marido: “Jacob, temos que caminhar. Não vamos conseguir se não andarmos".
Uma jornada que, com obstáculos, teve um final feliz. Ao chegar à fronteira Jessie disse: " Oh meu Deus, conseguimos!".
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