"Segundo informações dos serviços secretos, os russos estão a preparar um ataque aéreo à Catedral de Santa Sofia, em Kyiv, um Património Mundial da UNESCO", escreveu a embaixada na sua conta na rede social Twitter, afirmando que aquela igreja do século XI é "a pérola da Ucrânia".
"Apelamos as russos: não cometam este crime!", escrito em maiúsculas, acrescenta a embaixada no apelo lançado no Twitter.
A situação em Kyiv está a complicar-se à medida que as horas passam e os residentes receiam que a qualquer momento o exército russo possa lançar um ataque à capital ucraniana, cujo cerco tem vindo a apertar desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
O arcebispo greco-católico de Kiev, Sviatoslav Shevchuk, também lançou hoje uma mensagem emitida num vídeo gravado num bunker da capital que foi transmitida pelos meios de comunicação social do Vaticano e da Itália, na qual apela ao fim desta guerra "sangrenta e injusta".
"Hoje estamos a viver o sexto dia da guerra sangrenta e injusta. Nos últimos momentos, especialmente esta noite, temos testemunhado novos horrores de guerra. Vimos escolas, infantários, cinemas e museus destruídos, e de manhã um foguete atingiu a maternidade", sublinhou.
"Perguntamo-nos: 'Porquê? Porque são eles vítimas desta guerra", questionou o arcebispo, acrescentando: "Resistimos. Somos uma nação que constrói, defende à custa do nosso próprio sangue, a paz na Ucrânia e em todo o mundo".
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kyiv. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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