O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse, esta terça-feira, em entrevista à CNN e à Reuters, a partir de um bunker altamente militarizado em Kyiv, que espera que exista uma verdadeira disponibilidade da parte de Moscovo para dialogar um eventual cessar-fogo, na sequência da invasão russa que dura já há seis dias.
Zelensky relembra que foram os russos que tiveram a "iniciativa de dialogar". Mas, na sua perspetiva, só quando o governo de Moscovo estiver "preparado" para parar os bombardeamentos sobre as cidades ucranianas é que estará, também, "preparado" para avançar com as negociações.
Volodymyr Zelensky garante ainda querer verdadeiramente dialogar com o executivo russo. Mas quer, mais do que tudo, "parar a violência" que está a assolar o país, assegura.
E apela, deste modo, a que se retome ao ponto em que as relações entre ambos os países estavam antes de ter início a invasão russa sobre a Ucrânia.
Ucranianos estão prontos "para lutar e para morrer"
Apesar de apelar a um entendimento, o presidente ucraniano garante que os cidadãos do país estão prontos "para lutar e para morrer", tendo em vista a defesa do seu país. Isto porque, como diz Zelensky, em causa está uma guerra "pela democracia, pela liberdade".
Nas palavras do presidente ucraniano, o exército nacional tem conseguido "algumas vitórias consideráveis" face aos invasores na última semana, tendo ainda ganho "alguma vantagem" graças ao armamento recentemente "enviado pelos países ocidentais".
No entanto, apela para a necessidade de se verificar um "apoio massivo à Ucrânia", não apenas através do "envio de armas". Isto porque, apesar do país estar pronto para "lutar", a Ucrânia "sozinha contra a Rússia não o consegue fazer", garante Zelensky.
O apelo a Biden e aos EUA
Na entrevista, o presidente ucraniano fez um pedido direto ao homólogo norte-americano, Joe Biden, para que este aplique medidas "que funcionem" efetivamente, capazes de contribuir para a resolução do conflito. Pede, assim, que se avance com a definição de uma "zona de exclusão aérea", com o intuito de ajudar a conter os bombardeamentos da parte das tropas russas.
“Isto não significa arrastar a NATO para a guerra”, destacou o chefe de Estado ucraniano, que ainda assim diz reconhecer o apoio que tem recebido dos países ocidentais para dar resposta a esta situação de guerra.
Volodymyr Zelensky diz ainda temer um aumento da presença militar da Rússia na Ucrânia, o que poderia colocar o país que governa numa situação de maior desvantagem.
[Notícia atualizada às 23h11]
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