Rússia revela pela 1.ª vez número de soldados mortos no conflito
As suas estimativas são, contudo, bastante diferentes daquelas que são apresentadas pela Ucrânia.
© Anastasia Vlasova/Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O Ministério da Defesa russo revelou, esta quarta-feira, que 498 dos seus soldados foram mortos e outros 1.597 ficaram feridos, naquela que é a primeira admissão de vítimas do lado russo no conflito com a Ucrânia.
"Infelizmente, há perdas entre os nossos camaradas que participaram na operação militar especial - 498 militares russos morreram no cumprimento do seu dever", disse Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério, citado pela agência russa RIA. O responsável adiantou também que "1.597 dos [seus] camaradas ficaram feridos".
"Toda a assistência possível será fornecida às famílias das vítimas", assegurou.
Segundo o general, a Ucrânia conta com mais de 2.870 mortos e cerca de 3.700 feridos, e 572 soldados foram capturados pelas forças russas.
"Quero enfatizar mais uma vez que nem recrutas nem cadetes de instituições educacionais do Ministério da Defesa da Rússia estão a participar na operação especial. A informação divulgada por muitos meios de comunicação ocidentais e individuais russos sobre as perdas supostamente ‘incalculáveis’ do grupo russo é desinformação deliberada”, acrescentou.
Os números apresentados pela Ucrânia são, contudo, bastante diferentes. Segundo Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial da Ucrânia, mais de sete mil soldados russos perderam a vida desde o início da invasão, e centenas foram capturados pelas forças ucranianas.
Por outro lado, o Serviço de Emergência do Estado (SES) da Ucrânia revelou que mais de dois mil civis ucranianos foram mortos desde o brotar do conflito, número no qual estão incluídas crianças.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kyiv. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar Moscovo.
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