Ucrânia. Mais de meio milhão de crianças refugiadas numa semana de guerra

A UNICEF alerta para os riscos crescentes para as crianças à medida que os conflitos se intensificam em zonas habitacionais

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© REUTERS/Valentyn Ogirenko

Notícias ao Minuto
03/03/2022 17:46 ‧ 03/03/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

O conflito na Ucrânia, que entrou hoje na sua segunda semana, já deixou mais de meio milhão de crianças refugiadas, advertiu hoje a UNICEF em comunicado. 

"Milhões de crianças poderão ser apanhadas pela violência à medida que os combates se intensificam nos principais centros urbanos do país e em torno dos mesmos", pode ler-se. As crianças são especialmente vulneráveis a serem feridas ou mortas, considera a organização "devido à utilização de armas e munições explosivas em áreas civis". 

"O uso de explosivos nas cidades pode rapidamente transformar esta crise numa catástrofe para as crianças da Ucrânia", disse Afshan Khan, Directora Regional da UNICEF para a Europa e Ásia Central. "Não há operações armadas desta escala que não resultem em prejuízo para as crianças. As consequências serão trágicas".

Desde 24 de Fevereiro, 17 crianças foram mortas e 30 ficaram feridas. Estes são apenas os relatos que as Nações Unidas conseguiram verificar, sendo que o "verdadeiro número de baixas de crianças é provavelmente muito superior".

Para além do número de mortes, o número crescente de refugiados é também uma preocupação. Com a deslocação de uma parte significativa da população, podemos estar apenas no início de uma das "maiores crises de refugiados da Europa desde a II Guerra Mundial".

Meio milhão de crianças já fugiram da Ucrânia para os países vizinhos, com o número de refugiados a continuar a aumentar, informa a nota. "Centenas de casas foram danificadas ou destruídas, e há relatos de escolas, orfanatos e centros de saúde gravemente danificados". 

Centenas de milhares de pessoas estão sem água potável devido a danos nas infraestruturas de abastecimento de água, revela a UNICEF, e muitas ficaram impedidas de aceder a outros serviços básicos como cuidados de saúde. "O país está a ficar sem artigos médicos essenciais e foi forçado a interromper os esforços em curso para travar um surto de poliomielite", expõe a organização. 

A UNICEF, aponta ainda o comunicado, "está a trabalhar com parceiros para chegar a crianças e famílias vulneráveis com serviços essenciais, incluindo de saúde, educação, proteção, e água e saneamento", sendo que está ainda a "intensificar a resposta às necessidades urgentes das crianças e famílias que atravessam as fronteiras para os países vizinhos".

Estes esforços incluem a criação de espaços seguros ao longo das rotas de trânsito (os chamados 'Blue Dot') para crianças e mães terem acesso a alguns dos serviços básicos aí prestados pela UNICEF.  

Leia Também: "Eu não mordo. Do que é que têm medo?". Zelensky quer reunir-se com Putin

 

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