Senador republicano criticado após instar russos a assassinarem Putin
O senador republicano Lindsey Graham está a ser alvo de críticas nos Estados Unidos, após ter apelado ao povo russo para terminar com a guerra na Ucrânia assassinando o Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
© Reuters
Mundo EUA
As palavras deste senador do Estado da Carolina do Sul, ex-advogado da Força Aérea, motivaram até a reação da porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, que esta sexta-feira esclareceu que aquelas palavras não refletem "a posição do governo dos Estados Unidos".
Através da rede social Twitter, o republicano dirigiu-se na quinta-feira ao povo russo considerando que estes são os únicos capazes de resolver a guerra.
Is there a Brutus in Russia? Is there a more successful Colonel Stauffenberg in the Russian military?
— Lindsey Graham (@LindseyGrahamSC) March 4, 2022
The only way this ends is for somebody in Russia to take this guy out.
You would be doing your country - and the world - a great service.
"A única maneira de isto terminar é alguém na Rússia acabar com ele [Vladimir Putin]. Estaria a prestar ao seu país, e ao mundo, um grande serviço", salientou.
A mensagem foi rapidamente condenada por membros mais conservadores e liberais do Congresso norte-americano.
O senador republicano do Texas, Ted Cruz, considerou a ideia "excecionalmente má", enquanto a congressista da Geórgia, Marjorie Taylor Greene, que esta semana foi atacada por participar num evento organizado por um nacionalista branco, considerou o 'tweet' "irresponsável, perigoso e desequilibrado".
De resto, o comentário de Graham surge num momento difícil para a Casa Branca, que tem liderado a dura resposta do Ocidente à invasão russa da Ucrânia, enquanto procura, ao mesmo tempo, evitar um conflito direto com a Rússia que podia desencadear uma guerra mais ampla.
O aumento do nível de alerta por Putin sobre as armas nucleares do seu país provocou receios de que este pode estar disposto a considerar dar um passo impensável.
Do lado norte-americano, a Casa Branca continua a descartar a intenção em enviar militares para a Ucrânia ou criar uma zona de exclusão aérea sobre aquele país, que poderia levar a confrontos com aviões de guerra russos.
Lindsey Graham foi o único a encorajar atentados contra a vida de Putin e o embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, considerou os seus comentários "inaceitáveis e ultrajantes".
Também na sexta-feira, Graham apresentou uma resolução com um grupo bipartidário de senadores que pede que Putin seja responsabilizado pelas suas ações na Ucrânia, incluindo investigações de crimes de guerra.
Graham e o restante Senado norte-americano terá a oportunidade de conversar este sábado com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, através de uma videochamada.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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