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Cruz Vermelha descreve cenário em Mariupol como "dilacerante"

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) descreveu hoje como "dilacerante" a situação em Mariupol, onde a retirada de moradores foi adiada, apelando às partes que protejam os civis na Ucrânia, haja ou não um corredor humanitário.

Cruz Vermelha descreve cenário em Mariupol como "dilacerante"
Notícias ao Minuto

14:38 - 05/03/22 por Lusa

Mundo Cruz Vermelha

"Entendemos que as operações de saída segura de Mariupol e Volnovakha não vão começar hoje. Continuamos a dialogar com as partes sobre a passagem com toda a segurança de civis das várias cidades afetadas pelo conflito", refere o CICV em comunicado.

"As cenas a que se está a assistir hoje em Mariupol e noutras cidades são dilacerantes", acrescentou a organização com sede em Genebra, na Suíça.

A Rússia anunciou esta manhã um cessar-fogo a partir das 07:00 GMT (hora de Lisboa) para permitir a saída de civis de Mariupol e da cidade de Volnovakha, 60 quilómetros a norte.

Contudo, a retirada dos habitantes de Mariupol, um porto estratégico ucraniano cercado pelas forças russas e seus aliados, foi adiada devido a várias violações russas do cessar-fogo, acusou a autarquia da cidade portuária.

A tomada de Mariupol, uma cidade de cerca de 450.000 habitantes localizada no Mar de Azov, seria um ponto de viragem na invasão russa da Ucrânia. Permitiria a junção entre as forças russas provenientes da Crimeia anexada, que já tomaram os principais portos de Berdiansk e Kherson, e as tropas separatistas e russas no Donbass.

"Independentemente de os corredores humanitários serem implementados ou não nos próximos dias, as partes devem continuar a proteger os civis e as infraestruturas civis, segundo o direito internacional humanitário, tanto para aqueles que optam por sair, como para os que permanecem", destaca o CICV.

Segundo salienta, "os denominados corredores humanitários ou outras medidas destinadas a apoiar as pessoas afetadas pelo conflito devem ser bem planeadas e implementadas com o acordo das partes em conflito".

Enquanto intermediário humanitário neutro e imparcial, o CICV diz estar pronto a contribuir para facilitar a passagem segura de civis "desde que as partes tenham chegado a um acordo e que os seus termos sejam estritamente humanitários".

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

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