"Após a aprovação da legislação que prevê penas de prisão pesadas para a publicação de notícias consideradas falsas pelas autoridades, a RAI suspende a partir de hoje os serviços jornalísticos dos seus correspondentes da Federação Russa", anunciou hoje a estação pública, em comunicado.
"A medida é necessária para proteger a segurança dos jornalistas no terreno e a máxima liberdade de informação sobre o país. Notícias sobre o que está a acontecer na Federação Russa serão fornecidas, por agora, a partir de várias fontes, por jornalistas que trabalham para a empresa nos países vizinhos e nas redações na Itália", acrescentou.
Na sexta-feira, o parlamento russo adotou um pacote de leis destinadas a combater os efeitos na economia do país das sanções ocidentais aplicadas após a invasão da Ucrânia.
As medidas, divulgadas na página oficial de internet do parlamento russo, pretendem "aumentar a estabilidade da economia russa, bem como proteger os cidadãos face às sanções" impostas pelo Ocidente.
A medida hoje anunciada pela RAI segue os procedimentos adotados pela estação televisão norte-americana CNN, pela canadiana CBC, pela britânica BBC e pela agência de notícias Bloomberg.
A primeira das grandes redes de canais televisivos a tomar esta decisão foi a BBC, cuja administração decidiu na sexta-feira paralisar o trabalho da sua equipa na Rússia, esperando poder analisar em profundidade as implicações que a nova legislação russa trará para os seus funcionários.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a Organização das Nações Unidas, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.