"Devemos ter claro que a nossa missão, juntamente com os nossos aliados, é garantir que Putin fracassa na Ucrânia, e isso vai demorar algum tempo. Estamos a falar de meses, se não mesmo de anos", disse Raab, numa entrevista à estação televisiva Sky News.
"Vamos ter de demonstrar resistência estratégica, porque isto não vai acabar em alguns dias", sublinhou o vice-primeiro-ministro e titular da pasta da Justiça do Governo britânico.
Raab, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2019 e 2021, considera que a Rússia está disposta a usar "qualquer estratégia" para atingir os seus objetivos na Ucrânia. A invasão, sublinhou, está a ser "mais difícil do que Putin esperava".
Questionado sobre se as ordens do Presidente russo podem ser consideradas crimes de guerra, Raab disse que "as estratégias imprudentes e francamente terríveis do regime de Putin devem ser sancionadas".
"Não apenas o próprio Putin, mas qualquer um que aceite ordens ilegais" deverá responder por isso, disse o vice-primeiro-ministro, embora ressalvando que o Reino Unido evitará envolver-se num "conflito militar direto com Putin".
Por sua vez, o chefe das Forças Armadas britânicas, almirante Tony Radakin, disse à BBC que os países ocidentais "devem ter a confiança de que estão a agir corretamente".
"Devemos reconhecer que, provavelmente, assistiremos a um aumento da violência por parte da Rússia e veremos mais bombardeamentos indiscriminados. Veremos mais violência ridícula", avançou o responsável militar.
Contudo, acrescentou, "o mundo deve manter a sua determinação e continuar a pressionar a Rússia, porque Putin é o único que pode pôr fim a isto".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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