"Estão a preparar-se para bombardear Odessa. Odessa! Os russos sempre vieram a Odessa e foram bem acolhidos, com sinceridade. E agora [lançam] bombas contra Odessa? Artilharia contra Odessa? Mísseis contra Odessa? Será um crime de guerra. Será um crime histórico", disse o Presidente ucraniano, numa mensagem de vídeo.
Zelensky também exortou os russos a manifestarem-se contra a invasão russa da Ucrânia e a fazer uma escolha entre "vida e escravidão".
"Cidadãos russos! Para vocês não é apenas uma luta pela paz na Ucrânia. É também uma luta pelo vosso país", disse, pedindo novamente aos aliados ocidentais que lhe entreguem aviões de guerra.
Os Estados Unidos anunciaram hoje estar "a trabalhar ativamente" para concertar com a Polónia o envio de aviões russos de guerra -- pedidos por Zelensky, já que os ucranianos sabem pilotá-los - para a Ucrânia.
O secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, avisou hoje que a Rússia se prepara para uma segunda vaga de uma ofensiva em larga escala e não perdeu a esperança de conquistar Kiev.
"O exército ucraniano está a dar uma resposta decente e o dia da nossa vitória (...) está a aproximar-se, mas o inimigo ainda é perigoso e está a preparar uma segunda vaga da ofensiva em grande escala, que teremos de enfrentar unidos", afirmou, citado pela agência ucraniana de notícias Unian.
Segundo Danilov, as cidades de Kiev (norte), Kharkov (leste), Mariupol (sudeste), Mykolaiv (sul), Chernigov (norte) e Odessa continuam a ser estrategicamente importantes para os russos.
"O plano do inimigo é conquistar cidades-chave, sangrar as forças armadas ucranianas e criar uma situação de catástrofe humanitária para a população civil", acrescentou o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa.
O responsável alertou ainda para o facto de o foco principal das forças russas estar a deslocar-se para o sul, para tentar privar a Ucrânia do acesso aos mares Negro e Azov, o que, na sua opinião, criará as condições para a anulação económica da resistência ucraniana.
"O inimigo não perde a esperança de conquistar Kiev e está a criar recursos para cercar o [rio] Dnieper", sublinhou.
As forças armadas russas entraram esta semana em Kherson, localizada junto ao rio Dnieper e às margens do mar Negro, e afirmam controlar várias cidades na costa do mar de Azov, embora ainda não controlem Mariupol, o principal porto desse mar interior, mas que está sujeito a um bloqueio.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
[Notícia atualizada às 11h57]
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