Ucrânia. UE denuncia "propaganda russa" sobre discriminação de africanos

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, denunciou hoje a "propaganda russa" sobre a suposta discriminação que os estudantes africanos teriam sofrido sistematicamente ao fugir da Ucrânia e entrar no território da União Europeia (EU).

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Lusa
06/03/2022 13:42 ‧ 06/03/2022 por Lusa

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Ucrânia

"A Rússia implantou propaganda hostil" para gerar "dúvidas" e "suspeitas" nos países africanos sobre o tratamento que os europeus deram àqueles estudantes que saíram com o fluxo de refugiados da Ucrânia, disse Charles Michel, em entrevista à rádio France Inter, citada pela EFE.

Esta posição surge na sequência de histórias que circularam sobre estudantes africanos que deixaram a Ucrânia e que, alegadamente, não teriam recebido o mesmo tratamento que os refugiados ucranianos na chegada às fronteiras dos países da UE e, em particular, da Polónia.

Charles Michel assegurou que não houve vontade de discriminar aqueles estudantes "nem do lado ucraniano, nem do lado polaco".

O presidente do Conselho Europeu disse que ele próprio esteve na fronteira entre a Ucrânia e a Polónia, que conseguiu falar com alguns daqueles estudantes e que as autoridades os ajudaram, como atesta o facto de 1.500 nigerianos terem sido repatriados para o seu país, graças à Polónia.

Charles Michel lembrou que a estratégia da UE perante a invasão russa da Ucrânia é "mostrar firmeza" com "sanções inéditas" contra Moscovo, que têm como objetivo "prejudicar o regime" de Vladimir Putin, mas ao mesmo tempo manter aberto o "canal diplomático".

O responsável europeu negou que haja uma competição entre a diplomacia dos Estados-membros da UE e a de outros países que poderiam interceder junto da Rússia, como Israel ou a Turquia, cujos líderes mantiveram contacto com Putin nas últimas horas.

Pelo contrário, disse Michel, todos aqueles países estão coordenados e sublinhou que os europeus estão com "todos aqueles que podem pressionar Moscovo" para permitir, inicialmente, a abertura de corredores humanitários e também para abrir caminho ao fim dos conflitos.

"Não temos escolha a não ser conversar com quem está no comando do Kremlin", disse o ex-primeiro-ministro belga, que, quando questionado se o objetivo deveria ser derrubar Putin, explicou que é preciso ter cautela e que se trata, sim, de uma "mudança de comportamento".

A este respeito, salientou que as sanções internacionais estão a produzir efeitos, e que o regime russo está a dar sinais de que está "encurralado".

Leia Também: Ucrânia: Polónia anuncia ter recebido 922 mil refugiados ucranianos

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