"Quero expressar a nossa solidariedade com todos os manifestantes pacíficos anti-invasão na Rússia e aplaudir a sua coragem de se erguerem publicamente. Em nome do Parlamento Europeu, apelo às autoridades russas para que libertem aqueles que foram injustamente presos e para permitirem a liberdade de expressão e apelo às autoridades russas para que parem de intimidar os manifestantes e libertem imediatamente todas as pessoas detidas", declarou Roberta Metsola.
Falando no arranque da sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo, a líder da instituição salientou que "Putin [Presidente russo] não é igual à Rússia".
Ao denunciar que "os cartazes escritos à mão com sinais de paz e mensagens antiguerra são suficientes para merecer a detenção de pessoas", Roberta Metsola acrescentou existirem "relatos de mais de 13 mil pessoas em 147 cidades russas detidas por protestarem contra a invasão".
"Ainda ontem [domingo], 4.500 pessoas foram detidas. Os russos levantam-se sob as mais duras condições, mostrando ao mundo que a verdadeira face da Rússia não tem de ser a de Putin", salientou a responsável, enaltecendo os "corajosos cidadãos da Rússia que, apesar da ameaça da prisão e da brutal repressão, continuam a manifestar-se e são pacíficos".
"Putin descobrirá que a verdade não é facilmente reprimida", avisou.
Em altura de aceso confronto armado em território ucraniano devido à invasão russa, a responsável lamentou que a sessão plenária do Parlamento Europeu volte a ocorrer "quando o bombardeamento da Ucrânia continua sem parar".
"A nossa indignação cresce a cada disparo de balas, assim como o confronto ucraniano e a solidariedade do nosso povo", vincou Roberta Metsola, que tem vindo a defender a atribuição à Ucrânia do estatuto de país candidato à União Europeia.
"O preço da invasão ilegal de Putin pode ser medido em baixas civis e no fim da ordem mundial democrática", condenou ainda.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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