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Voluntários cruzaram-se com tropas russas: "Assaltados, pneus baleados"

Amigos escoceses estão na Ucrânia para ajudar pessoas a atravessar a fronteira para a Polónia.

Voluntários cruzaram-se com tropas russas: "Assaltados, pneus baleados"
Notícias ao Minuto

14:52 - 09/03/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Rússia/Ucrânia

Dois escoceses, que têm ajudado a evacuar ucranianos de algumas cidades, relataram a forma violenta como foram abordados por soldados russos. 

Em declarações à BBC, Joe McCarthy, de 55 anos, e Gary Taylor, de 45, que viajaram para a Ucrânia no início da invasão russa e que estão a transportar pessoas até à fronteira com a Polónia, revelaram que se encontraram com as forças russas quando se dirigiam para a cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia. Sublinhe-se que a cidade, fortemente bombardeada nos últimos dias, tem estado a ser evacuada, depois de Ucrânia e Rússia concordarem em abrir um corredor humanitário. 

Os amigos escoceses contaram que as tropas russas lhes ficaram com vários bens pessoais, além dos mantimentos que tinham consigo. 

“Nos últimos dias, fomos mantidos sob a mira das armas das tropas russas, tivemos os nossos pneus baleados, a nossa carrinha foi assaltada e eles levaram o meu telefone”, disse Joe, revelando que se dirigiam para um ponto de recolha de refugiados. 

“Basicamente, acabámos na cauda de um comboio de tropas russas. Eles deixaram-nos chegar até meio do caminho por algum motivo (…) e depois não nos deixaram passar. Disseram-nos para estacionar na berma da estrada e esperar que eles passassem. Depois foi como um dia de campo aberto para as tropas”, contou, revelando que a maior parte dos militares lhes apontavam as armas e outros vasculhavam o veículo. 

"Levaram a comida que tínhamos, levaram os cigarros que tínhamos, levaram o meu telefone. E depois atiraram nos nossos pneus”, acrescentou, explicando que foram depois autorizados a seguir em frente.

Joe e Gary seguiram caminho “com dois pneus furados”, até serem finalmente ajudados pela população local. 

"Ainda conseguimos chegar a Sumy. Conseguimos recolher uma jovem estudante chamada Rachael da Irlanda, bem como outras seis pessoas antes do início do bombardeamento na noite passada”, disse Joe.

Os amigos vão ficar na Ucrânia, enquanto for possível, para ajudar mais pessoas.

Os bombardeamentos aéreos das forças russas feitos ao longo da noite desta terça-feira na cidade de Summy causaram, pelo menos, 22 mortos, segundo as autoridades locais, citadas pelo jornal ucraniano The Kyiv Independent. 

Recorde-se que a Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já fez, pelo menos, 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil. Segundo a ONU, o conflito já causou mais de dois milhões de refugiados.  

Leia Também: Ucrânia. Evacuação da cidade de Sumy continua hoje

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