Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e da Rússia Serguei Lavrov, encontram-se pela primeira vez desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Lavrov foi o primeiro a chegar, aterrando na Turquia na quarta-feira à noite, segundo noticiaram vários 'media' internacionais.
Mediador deste importante encontro, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou o desejo de que a reunião entre a Rússia e a Ucrânia na Turquia permita alcançar um cessar-fogo.
"Desejo que o encontro entre os ministros (...) no Fórum Diplomático de Antalya, abra a porta a um cessar-fogo duradouro", disse o chefe de Estado turco.
Um dos obstáculos nas negociações pode ser a ajuda militar a Kyiv, bem como as sanções contra Moscovo por parte dos países ocidentais, que o Kremlin denuncia como agressões.
O frente a frente decorrerá no sul da Turquia, em Antalya, curiosamente uma estância balnear popular entre turistas russos.
Até agora, delegações de baixo nível têm realizado encontros para explorar a possibilidade de um cessar-fogo e organizar corredores humanitários para retirar a população civil de algumas regiões.
Com ou sem cessar-fogo, este encontro diplomático em plena crise ucraniana terá ainda outros temas de conversa, devido à presença do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Rafael Grossi viaja quinta-feira de manhã para Antalya, a convite dos turcos, com o objetivo de celebrar um acordo para garantir a segurança das instalações nucleares da Ucrânia durante a invasão russa, revelou esta quarta-feira a agência nuclear da ONU.
"Espero avançar na questão urgente de garantir a segurança das instalações nucleares da Ucrânia. Temos de agir agora", alertou o argentino, citado no comunicado.
Até agora, nas duas semanas de guerra na Ucrânia, ocorreram vários incidentes em centrais nucleares daquele país e as centrais de Chernobyl, onde ocorreu um desastre nuclear em 1986, e de Zaporozhye, a maior instalação da Europa, estão mesmo debaixo de domínio russo.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Leia Também: AO MINUTO: Mais um ataque aéreo em Zhytomyr; 48.000 civis retirados