Yoon apresentou-se hoje como o Presidente eleito da Coreia do Sul, com um apelo à "unidade" e ao "senso comum", depois de obter uma vitória muito apertada nas eleições, realizadas na quarta-feira após uma campanha eleitoral marcada por diversos escândalos.
O líder do Partido do Poder Popular (PPP) conquistou a vitória eleitoral contra o liberal Lee Jae-myung, do partido no poder, por menos de 250 mil votos (0,73%), a menor margem registada em escrutínios livres nos últimos 35 anos na Coreia do Sul.
Yoon chegou ao poder depois de adotar um tom mais duro com o regime da Coreia do Norte do que o do presidente cessante, Moon Jae-in, que promoveu o degelo na relação entre os dois países vizinhos e facilitou as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), para a desnuclearização da península coreana.
O Presidente eleito afirmou hoje que procurará fortalecer as defesas nacionais para dissuadir o regime de Pyongyang de qualquer "provocação", além de reforçar a cooperação na área da Defesa com os EUA.
Yoon, que durante a campanha falou de "ataques preventivos" contra o Norte, alertou hoje que "responderá severamente" se Pyongyang tomar "ações ilegais ou irracionais", embora tenha acrescentado que "sempre deixará a porta aberta para o diálogo".
A sua vitória eleitoral ocorre após o regime de Kim Jong-un testar várias armas, incluindo mísseis hipersónicos e projéteis balísticos de alcance intermédio.
A imprensa oficial norte-coreana, que ainda não comentou o resultado eleitoral no Sul, noticiou hoje uma visita de Kim às instalações aeroespaciais nacionais para supervisionar um programa de desenvolvimento de satélites destinados a espionar os EUA e os seus aliados.
O desenvolvimento de satélites de vigilância e de recolha de informações foi uma das medidas aprovadas no congresso norte-coreano de partido único, em janeiro de 2021, junto com outras, para ampliar o arsenal do país, o que sugere uma estratégia de longo prazo para tentar forçar o regresso das negociações com Washington, independentemente de quem governa em Seul.
Horas depois de se proclamar vencedor das eleições, Yoon Suk-yeol conversou por telefone com o Presidente dos EUA, Joe Biden, que o congratulou pela vitória e expressou o desejo de aprofundar uma aliança bilateral, que definiu como o "eixo da paz, segurança e prosperidade no Indo-Pacífico".
Ambos também se comprometeram a "manter estreita a coordenação na resposta às ameaças representadas pelos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte", segundo a Casa Branca.
Um dos aspetos específicos em que os aliados podem reforçar as suas capacidades conjuntas é a implantação de sistemas de mísseis THAAD adicionais em território sul-coreano, mas que pode aumentar as tensões com China, que considera esses escudos como uma ameaça à sua segurança nacional.
O líder conservador, que deve assumir o cargo em 10 de maio, disse hoje que aspira construir uma relação de "respeito mútuo" com Pequim.
Em relação ao Japão, um país com o qual os laços se deterioraram nos últimos anos devido a disputas relacionadas à ocupação japonesa da Coreia antes da Segunda Guerra Mundial, Yoon disse que trabalhará para alcançar um "relacionamento que olha para o futuro".
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, felicitou hoje Yoon e defendeu relações "saudáveis" entre Tóquio e Seul.
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