Egito executou sete defensores de direitos humanos
Sete pessoas condenadas por ataques foram executadas esta semana no Egito, anunciaram hoje várias organizações humanitárias, lamentando a "ausência de críticas internacionais".
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Mundo Egito
O Egito é o terceiro país do mundo que executa mais pessoas, segundo a Amnistia Internacional.
Três homens condenados por um ataque reivindicado pelo grupo 'jihadista' autoproclamado Estado Islâmico (EI), que provocou a morte de oito polícias no Cairo, em 2016, foram enforcados, avançaram fontes policiais e judiciais citadas pela agência francesa de notícias AFP.
Outras quatro pessoas, condenadas por outro ataque, também foram enforcadas, de acordo com organizações locais de direitos humanos.
Os ataques contra as forças de segurança e representantes do Estado multiplicaram-se na sequência do golpe de Estado contra o Presidente islamita Mohamed Morsi, em 2013, embora hoje esses ataques estejam reduzidos a uma insurreição sem grande força na península do Sinai.
Desde que Abdel Fattah al-Sissi assumiu o poder, em 2013, o Egito condenou a pena de morte centenas de 'jihadistas', islamitas e opositores, muitas vezes em julgamentos conjuntos e, às vezes, perante tribunais marciais, o que é condenado pela comunidade internacional.
Estas execuções "são as primeiras dos últimos seis meses", disse um defensor de direitos humanos da organização Human Rights Watch (HRW), com sede em Nova Iorque, citado pela AFP sob condição de anonimato.
De acordo com os últimos números publicados pela Amnistia Internacional, o Egito executou 107 pessoas em 2020.
"O Egito tem recorrido cada vez mais à pena de morte nos últimos anos", acrescentou o ativista da HRW, referindo que "o regime de Sissi usa o sistema judicial para reprimir os seus opositores" e denunciando "a ausência de crítica internacional".
Com mais de 60.000 prisioneiros de consciência, segundo as organizações humanitárias, o Egito é regularmente apontado pela sua atuação na área de direitos humanos que, segundo a Amnistia Internacional, "é catastrófica".
Os Estados Unidos, que acreditam que o país viola os direitos humanos em todas as áreas -- desde a manutenção de trabalho infantil até à realização de execuções extrajudiciais -- congelaram 10% da ajuda que atribuíam àquele país.
Sissi apresentou, no ano passado, uma "estratégia nacional para os direitos humanos", defendendo que a educação e a saúde são direitos mais necessários do que, por exemplo, o direito à reunião, que é quase proibida no país.
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