A invasão russa desencadeada em 24 de fevereiro "deveria mostrar a força da Rússia e foi o contrário que ocorreu".
"Isto torna Vladimir Putin ainda mais imprevisível", advertiu o general na missiva enviada na quarta-feira e hoje divulgada pela conta do Twitter da Opexnews e autentificada pelo estado-maior, indicou a agência noticiosa AFP.
"Nesse período extremamente perigoso, assinalado por uma grande tensão, devemos manter uma vigilância acrescida para enfrentar qualquer nova ameaça. Tudo pode acontecer e devemos estar preparados", sublinhou, enquanto Washington e Londres já manifestaram a possibilidade da utilização de armas químicas na Ucrânia por Moscovo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, "encontra-se numa situação estratégica que não previu", considerou o general.
"É evidente que Putin subestimou diversas coisas: a combatividade das forças ucranianas (...) e solidariedade europeia extremamente forte, a amplitude da emoção internacional ou ainda a severidade das sanções", acrescentou.
Numa referência à evolução do conflito na Ucrânia, indicou considerar "que, apesar da notável resistência que demonstraram, as forças ucranianas, confrontadas com a dificuldade de manter um dispositivo flexível, sem reserva operativa, poderão registar um súbito colapso", apesar de considerar que "a defesa civil, ou territorial, não terminará" e que a guerra "pode prolongar-se".
Hoje, o exército russo estendeu a sua ofensiva a Dnipro (centro), outra grande cidade ucraniana, e prosseguiu o bombardeamento de infraestruturas e zonas habitacionais, forçando os civis a fugir em direção a oeste e aos países europeus vizinhos.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,5 milhões de pessoas para os países vizinhos -- o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 16.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.
A ONU confirmou hoje pelo menos 564 mortos e 982 feridos civis.
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