"Os ocupantes [os russos] bombardearam um prédio residencial e a fábrica Antonov", indicou Vitali Klitschko, numa mensagem divulgada na aplicação de mensagens Telegram.
"Segundo um relatório inicial, duas pessoas morreram e sete ficaram feridas", acrescentou o autarca.
A fábrica de aviões Antonov é a maior da Ucrânia e é conhecida por produzir muitos dos maiores aviões de carga do mundo.
Os serviços de emergência ucranianos já tinham dado conta de um ataque, realizado hoje de manhã, a um prédio de oito andares no distrito de Obolon, no norte de Kyiv, atingido presumivelmente "por fogo de artilharia" que causou um incêndio, entretanto controlado pelos bombeiros.
O ataque ocorreu quando continuam os combates nos arredores de Kyiv, depois do expandir da guerra na Ucrânia com o ataque aéreo, no fim de semana, a uma base militar perto da fronteira com a Polónia.
Diversos ataques aéreos soaram em cidades e vilas de todo o país durante a noite, desde perto da fronteira russa, no leste, até à cordilheira dos Cárpatos, no oeste. Um vereador de Brovary, a leste de Kyiv, foi morto em combates no local, disseram as autoridades.
Também caíram projéteis nos subúrbios de Irpin, Bucha e Gostomel, que viram alguns dos piores combates na tentativa da Rússia de tomar a capital, disse o chefe do governo regional, Oleksiy Kuleba, à televisão ucraniana.
Uma quarta ronda de negociações está prevista para hoje entre as autoridades ucranianas e russas para discutir o fornecimento de alimentos, água e remédios às cidades e vilas sob fogo, entre outras matérias, disse o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak.
A cidade cercada de Mariupol, no sul, permanece isolada, apesar das negociações anteriores sobre a criação de corredores humanitários.
A ONU registou pelo menos 596 mortes de civis desde que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro, embora acredite que o número real seja muito superior. O gabinete do procurador-geral ucraniano disse que o número de mortos inclui pelo menos 85 crianças.
A guerra provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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