A nomeação de Raskin tem estado em um impasse na comissão senatorial da banca, depois de os republicanos se terem recusado por unanimidade a participar na votação, como forma de impedir a sua nomeação segundo linhas partidárias.
Manchin não integra a comissão, mas a sua oposição significa que para Raskin ser nomeada é preciso o voto de um senador republicano.
Os republicanos da comissão, liderados por Pat Toomey, eleito pelo Estado da Pensilvânia, opõem-se a Raskin por esta ter defendido que a Fed deve considerar a ameaça das alterações climáticas na sua regulação da atividade bancária.
O presidente Joe Biden avançou o nome de Raskin para o posto de vice-presidente da Fed, com as responsabilidades de regulação do sistema financeiro.
Toomey antecipou que Raskin iria usar a autoridade reguladora da Fed para desencorajar os bancos de darem crédito às empresas exploradoras do petróleo e gás.
Raskin negou esta intenção quando foi ouvida na comissão, em fevereiro.
Mas Manchin, que tem sido desde há muito um forte defensor dos interesses das empresas do setor da energia, partilhou a preocupação de Toomey.
Em resposta, a Casa Branca disse que Biden continua a apoiar a nomeação de Raskin, classificando-a como "uma das mais qualificadas pessoas alguma vez nomeadas" para a entidade de direção da Fed. Raskin já esteve no Conselho de Governadores, entre 2010 e 2014, e também já foi subsecretária do Tesouro (cargo equivalente na Europa a vice-ministra das Finanças), entre 2010 e 2014.
Existem outras quatro nomeações de Biden para a Fed que estão em suspenso, devido ao boicote republicano à votação sobre Raskin.
São os casos do presidente Jerome Powell, para um segundo mandato de quatro anos, o que o coloca em termos de presidente interino, de Lael Brainard, já governadora da Fed, como vice-presidente, e de Lisa Cook e Philip Jefferson para o Conselho de Governadores.
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