"Aplaudimos a contínua coragem dos valentes cidadãos russos, e dos cidadãos russos amantes da paz, que ousam expressar a sua oposição a esta guerra de Putin, apesar de todas as restrições existentes", disse, no 'briefing' diário da Comissão Europeia, o porta-voz para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.
O exemplo mais recente, salientou, é o da jornalista da televisão russa Marina Ovsiannikova que na segunda-feira à noite interrompeu a emissão do noticiário com mais audiências na Rússia exibindo um cartaz criticando a guerra na Crimeia em plena emissão "da propaganda e mentiras do Kremlin".
Ovsiannikova foi detida e está desaparecida sem que os seus advogados consigam contactá-la, denunciou ainda Satando, salientando que o presidente do Pervy Canal é um dos maiores propagandistas do regime.
"Não à guerra", "Não acreditem na propaganda", "Aqui mentem-vos" e "Os russos são contra a guerra" foram as frases exibidas no cartaz, onde estavam ainda desenhadas as bandeiras russa e ucraniana.
Denunciando a opressão de Moscovo sobre a oposição interna à guerra, o porta-voz da UE divulgou que foram detidos "mais de 14 mil cidadãos russos em mais de 140 cidades da federação pelo facto de se oporem a esta guerra imoral e ilegal contra a vizinha Ucrânia".
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, um ataque que foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, que tem imposto uma série de sanções económicas a Moscovo.
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