Morreu Pierre Zakrzewski, o repórter de imagem da estação norte-americana de televisão Fox News que estava com o correspondente Benjamin Hall quando este foi ferido num ataque em Horenka, fora da capital ucraniana, Kyiv.
A notícia foi confirmada pelo canal de televisão, que indicou que o carro onde a dupla se encontrava foi atingido por ataque com fogo na segunda-feira, dia 14, de manhã. Benjamin encontra-se hospitalizado.
“Pierre era um fotógrafo de zona de guerra que cobria quase todas as histórias internacionais para a FOX News", disse o canal de televisão em comunicado. “A sua paixão e talento como jornalista eram incomparáveis", acrescentou ainda.
Zakrzewski, de 52 anos, cobriu conflitos no Iraque, Afeganistão e Síria para a Fox News, referiu a presidente da empresa, Suzanne Scott, num memorando enviado aos funcionários da Fox.
"Pierre Zakrzewski was an absolute legend at this network and his loss is devastating," @BillHemmer said, announcing the cameraman's death on air. https://t.co/0UxIFD2f9E
— Brian Stelter (@brianstelter) March 15, 2022
"Pierre Zakrzewski era uma lenda absoluta neste canal e a sua perda é devastadora", disse Bill Hemmer ao anunciar a morte do colega em direto.
Recorde-se que no domingo, o jornalista norte-americano e ex-colaborador do New York Times Brent Renaud foi morto nos arredores de Kyiv, em Irpin. Esse ataque também feriu outro jornalista, Juan Arredondo, que relatou como as tropas russas atiraram sobre ambos.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enviou uma carta de “sinceras condolências” à família de Brent Renaud.
Desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, a 24 de fevereiro, pelo menos outros dois jornalistas morreram e mais de 30 ficaram feridos, segundo avançou hoje a comissária do parlamento ucraniano para os direitos humanos, Lyudmyla Denisova.
De acordo com uma publicação feita por Lyudmyla Denisova na rede social Telegram, os outros dois repórteres eram os ucranianos Yevgeny Sakoun e Viktor Doudar.
A comissária do parlamento da Ucrânia para os direitos humanos denunciou também os casos de jornalistas da Suíça, da República Checa, da Dinamarca e do Reino Unido feridos pelo que considerou ser "fogo inimigo intencional".
"O inimigo [os militares da Rússia] também está a tentar destruir a infraestrutura audiovisual ucraniana", acrescentou Denisova, exemplificando com os tiroteios contra as torres de estações de televisão em Liev, Lutsk e Rivne -- este último, na segunda-feira, já provocou a morte a 19 pessoas.
Entretanto, o jornalista ucraniano Oleg Baturin, que estava a noticiar os desenvolvimentos da guerra a partir da região de Kherson, parcialmente ocupada pelos militares russos, está desaparecido há três dias e várias organizações não-governamentais denunciaram que poderá estar em causa a sua detenção.
O jornalista do diário Novy Den desapareceu na localidade de Kakhova, de acordo com um comunicado conjunto da Federação Internacional de Direitos Humanos e da Organização Mundial contra a Tortura.
[Notícia atualizada às 16h23]
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