Para María Elvira Salazar, Mario Díaz-Balart e Carlos Giménez, republicados da Florida, as recentes conversações de representantes da Casa Branca em Caracas representam um golpe "para a segurança nacional" dos Estados Unidos e são uma "traição" para o povo venezuelano.
Segundo a Casa Branca, as negociações tiveram como objetivo discutir questões como "segurança energética" após a subida do preço do petróleo e do gás desde o início da invasão russa da Ucrânia.
A polémica levantada pelos republicanos teve eco mesmo dentro do Partido Democrata e levou a administração de Joe Biden a esclarecer que "por agora" não mantém contactos nem lança qualquer plano para a importação de petróleo desde a Venezuela.
Os três congressistas da Florida, Estado do sul dos Estados Unidos onde vive a maior comunidade de venezuelanos, acrescentaram que o petróleo não passa de "uma desculpa" para que o governo democrata se aproxime de Maduro que, paradoxalmente, os norte-americanos não reconhecem como presidente legal daquele país.
"Esta administração está desejosa para encontrar uma desculpa e fazer novamente amizade com pessoas que destruíram o seu país nos últimos 20 anos", salientou María Elvira Salazar.
Mario Díaz-Balart foi mais longe e referiu que Biden está "determinado" em ajudar "todos os ditadores antiamericanos" do mundo.
"Biden está a tentar vender o futuro da Venezuela, condenar o povo da Venezuela a uma ditadura. É uma traição que não se vê desde os anos de [John F.] Kennedy", apontou.
Também a autarca do condado de Miami-Dade, a democrata Daniella Levine Cava, concordou com as críticas e salientou que "em nenhuma circunstância" os EUA devem negociar ou comprar petróleo venezuelano.
Os três congressistas republicanos revelaram ainda que estão a trabalhar para apresentar um projeto de lei bipartidário para impedir estas negociações.
E apelaram a Biden para que promova a extração de gás e petróleo no país para alcançar a independência energética e não ter que depender de países como Venezuela ou Rússia.
O encontro EUA-Venezuela, em Caracas, resultou na libertação de dois norte-americanos detidos naquele país.
Mas Mario Díaz-Balart referiu que este "guião" em que governos estrangeiros usam "reféns" para pressionar os EUA já foi utilizado por outras administrações, como Cuba.
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