A comentar as afirmações do presidente ucraniano, que sugeriu, na noite de terça-feira, que a Ucrânia poderia desistir de tentar juntar-se à aliança militar da NATO, o primeiro-ministro, Boris Johnson, disse que falou com Volodymyr Zelensky.
"Falei com Volodymyr novamente ontem e é claro que entendo o que diz sobre a NATO e a posição tomada. Toda a gente sempre disse - e deixámos isso claro para Putin - de forma nenhuma a Ucrânia vai entrar na NATO num futuro próximo", referiu, citado pela Sky News.
Boris Johnson acrescentou, no entanto, que a decisão era para ser tomada pela Ucrânia e pelo seu líder eleito, e que o Reino Unido apoiá-los-ia.
A Ucrânia está, de momento, em negociações com a Rússia para um cessar-fogo e retirada de tropas, com Zelensky a dar conta, ontem, que as posições negociais agora "soam mais realistas".
O país, invadido pela Rússia há 21 dias, tem tentado juntar-se à NATO há anos, mas uma tomada de posição desse género iria enfurecer a Rússia, que não quer ver mais um país da NATO nas suas fronteiras.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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