Biden acusa pela primeira vez Putin de ser um "criminoso de guerra"

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou hoje o homólogo da Rússia, Vladimir Putin, de ser um "criminoso de guerra", utilizando esta expressão pela primeira vez desde o início da invasão russa da Ucrânia.

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Lusa
16/03/2022 21:09 ‧ 16/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"É um criminoso de guerra", atirou, sem mais detalhes, quando respondia a um jornalista à saída de um evento dedicado à luta contra a violência doméstica, que decorreu na Casa Branca.

A porta-voz da presidência norte-americana, Jen Psaki, esclareceu pouco depois que Biden tinha falado "com o coração" depois de ter visto imagens das "ações bárbaras de um ditador brutal".

Jen Psaki acrescentou que continua em andamento um "procedimento legal no Departamento de Estado" relativo à qualificação legal de "crimes de guerra" cometidos pela Rússia na Ucrânia.

Até agora, nenhum governante norte-americano tinha utilizado publicamente os termos "criminoso de guerra" ou "crimes de guerra", ao contrário de outros estados ou organizações internacionais.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, por exemplo, descreveu na semana passada como um "crime de guerra hediondo" o bombardeamento russo de uma maternidade e hospital pediátrico perto de Mariupol, que causou três mortos, incluindo uma criança, e 17 feridos.

Também o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, referiu no início de março que considerava o uso de munições sobre civis inocentes um "crime de guerra".

De resto, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), que investiga a existência de crimes de guerra na Ucrânia, visitou o país e conversou por videoconferência com Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, revelou hoje este organismo

O Kremlin (presidência russa) reagiu de imediato a estas declarações de Joe Biden, considerando-as "inaceitáveis e imperdoáveis".

"Consideramos esta retórica do chefe de Estado [norte-americano], cujas bombas mataram centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, inaceitável e imperdoável", referiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência estatal russa.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: AO MINUTO: Putin é "criminoso de guerra"; Autarca de Melitopol libertado

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