Bailarina russa muda-se para a Holanda após criticar invasão
Olga Smirnova vai juntar-se ao Ballet Nacional Holandês.
© Getty Images
Mundo Rússia/Ucrânia
A bailarina russa Olga Smirnova, da companhia de Ballet Bolshoi, que recentemente se intitulou contra a invasão russa, vai deixar o país para se juntar ao Ballet Nacional Holandês.
"Sou contra esta guerra com todas as fibras da minha alma", admitiu Olga Smirnova, de 30 anos, apoiada por outras bailarinas russas, revelando que tem um avô ucraniano e, por isso, sente-se como "um quarto ucraniana".
O Ballet Nacional Holandês confirmou à BBC, na passada quarta-feira, que Smirnova começará a trabalhar imediatamente, tendo o diretor Ted Brandsen dito que Olga é uma "dançarina excecional".
Brandsen saudou a sua chegada num comunicado, onde pode ler-se: "É um privilégio tê-la a dançar para a nossa companhia na Holanda, mesmo que as circunstâncias que levaram a essa mudança sejam incrivelmente tristes". Embora o diretor reconheça que não foram as melhores razões que proporcionaram esta decisão, confessa que a companhia está “satisfeita por ter uma dançarina tão inspiradora a juntar-se ao Dutch National Ballet".
A empresa disse que Olga seria recebida "de braços abertos", argumentando que as ações da Rússia "tornaram insustentável continuar a trabalhar no seu país". A primeira participação de Olga será no clássico de balé Raymonda, que estreia no dia 3 de abril, em Amesterdão.
A bailarina divulgou que espera que “as sociedades civilizadas resolvam questões políticas apenas através de negociações pacíficas” e acrescentou: "Nunca pensei que teria vergonha da Rússia, sempre tive orgulho do povo russo talentoso, de nossas conquistas culturais e atléticas. Mas agora sinto que foi traçada uma linha que separa o antes e o depois”.
Olga lamentou a situação que o conflito está a provocar para milhares de ucranianos: “Dói saber que as pessoas estão a morrer, que estão a perder os tetos ou sejam forçadas a abandonar as suas casas” e questionou: “Quem pensaria há algumas semanas que tudo isto aconteceria?”, nas suas palavras, esta é “ uma catástrofe global” à qual "não podemos ficar indiferentes".
Ratmansky, diretor artístico do Bolshoi Ballet durante quatro anos, cancelou uma estreia no Teatro Bolshoi de Moscovo no mês passado, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Nas redes sociais também deixou mensagens anti-guerra, na sua conta de Facebook publicou: "Sou contra a guerra na Ucrânia, sou pelo povo, pelo céu pacífico em cima das nossas cabeças".
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