Embaixador pede que países adiram a grupo de responsabilidade
O embaixador ucraniano nas Nações Unidas apelou hoje à adesão ao "Grupo de Amigos da Responsabilidade após a Agressão contra a Ucrânia", um fórum para Estados membros da ONU que visa imputar responsabilidades pela invasão ao seu país.
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Mundo Ucrânia
Num discurso no Conselho de Segurança da ONU, o embaixador Sergiy Kyslytsya deu detalhes sobre este grupo e lançou ainda o apelo para que várias nações apoiem os esforços humanitários em prol da Ucrânia.
"Encorajo todos a juntarem-se ao Grupo de Amigos da Responsabilidade após a Agressão contra a Ucrânia, co-fundado pela Albânia, Colômbia, Dinamarca, Ilhas Marshall, Holanda e Ucrânia", disse Kyslytsya, dirigindo-se aos seus colegas diplomatas.
"Este Grupo atuará como um fórum entre os Estados membros da ONU para a discussão e promoção de medidas de responsabilização na Ucrânia, após a agressão militar russa", detalhou.
Sergiy Kyslytsya lançou também duras críticas ao seu homólogo russo, Vasily Nebenzya, que tentou levar a votação uma proposta de resolução "humanitária" de sua autoria sobre a Ucrânia.
"Contra o pano de fundo da situação humanitária cada vez mais agravada, a Rússia ousou apresentar um projeto de 'resolução humanitária' do Conselho de Segurança", criticou o diplomata ucraniano.
"Um apelo de um 'serial killer' [assassino em série] aos membros da ONU para co-patrocinar essa hipocrisia flagrante é ultrajante. Eles podem pensar duas vezes antes de mergulhar no sangue de crianças e adultos executados pelos militares russos na Ucrânia. Deixe-me citar São Patrício a esse respeito: 'Nunca confie num cachorro para cuidar da sua comida'", afirmou.
O embaixador da Ucrânia aproveitou ainda para comparar a atuação da Rússia contra a Ucrânia como um "'cosplay' [interpretação] do Terceiro Reich nazi", cujo objetivo seria "matar crianças ucranianas": "Cento e oito almas inocentes [mortas] até agora", lamentou.
Vasily Nebenzya informou hoje que não levará a votação na sexta-feira a sua proposta de resolução "humanitária" sobre a Ucrânia, um projeto que, segundo diplomatas, estava já "condenado" devido à falta de apoio.
"Decidimos, nesta fase, não pedir uma votação sobre o nosso projeto, mas não estamos a retirar o projeto de resolução", indicou o embaixador russo em declarações no Conselho de Segurança da ONU.
Ainda segundo Nebenzya, a Rússia aproveitará para pedir para esta sexta-feira de manhã uma reunião de emergência para discutir novamente alegados "laboratórios biológicos" na Ucrânia, afirmando ter "novas provas" para apresentar.
Estados Unidos, Reino Unido, Albânia, França, Noruega e Irlanda convocaram a reunião de emergência de hoje do Conselho de Segurança da ONU devido à deterioração da situação humanitária na Ucrânia.
Em 25 de fevereiro, um dia depois do início da invasão russa, 11 dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU votaram a favor de um texto a condenar o conflito, com o veto da Rússia.
E, em 02 de março, a Assembleia Geral da ONU, por uma votação maciça de 141 votos a favor, pediu a Moscovo que terminasse a sua ofensiva.
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