ONG pedem aos EUA que terminem com importações de urânio russo

Um grupo de Organizações Não-Governamentais (ONG) da Ucrânia pediu esta quinta-feira aos Estados Unidos que deixem de comprar urânio russo, um tipo de importação fundamental para as centrais nucleares norte-americanas que ficou de fora das sanções impostas a Moscovo.

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© DIMITAR DILKOFF/AFP via Getty Images

Lusa
18/03/2022 06:55 ‧ 18/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

 

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"Se queremos terminar esta guerra o mais rápido possível, devemos acabar com as exportações de urânio, que são importantes para a economia russa", salientou Kostiantyn Krynytskyi, responsável pelo departamento de energia da ONG Ekodia, durante uma entrevista virtual com a agência EFE.

As ONG enviaram uma carta dirigida ao chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, ao secretário de Estado, Antony Blinken, à secretária de Energia, Jennifer Granholm e ao presidente do regulador nuclear norte-americano, Christopher Hanson.

"Escrevemos a carta porque a guerra contra a Ucrânia, contra o meu país, é sustentada graças às exportações russas de petróleo, gás, carvão e urânio para energia nuclear", acrescentou Krynytskyi, defendendo que "as sanções não podem ser seletivas".

Os Estados Unidos proibiram na semana passada as importações de petróleo, gás natural e carvão da Rússia como punição pela invasão da Ucrânia, mas mantiveram as importações de urânio, depois das empresas do setor terem pressionado fortemente a Casa Branca para manter o abastecimento.

Aproximadamente 16% das importações de urânio para os EUA vêm diretamente da Rússia, uma percentagem que sobe para 50% ou mais se as importações de dois países aliados da Rússia, como Cazaquistão e Uzbequistão, também forem incluídas.

Um quinto de toda a eletricidade consumida nos EUA é originário de centrais nucleares, que precisam de urânio para operarem.

"A energia nuclear faz parte da equação da economia russa, assim como os combustíveis fósseis. Não podemos agir como se não fosse assim", vincou ainda o ativista durante a entrevista.

Kostiantyn Krynytskyi reconheceu que abrir mão do urânio russo não é apenas uma questão de vontade política, mas também representa um sério desafio para encontrar uma fonte alternativa daquele elemento químico presente nos minerais.

Mas salientou que, mesmo assim, o bloqueio é imperativo.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Congressistas dos EUA votam anulação do estatuto comercial da Rússia

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