"Hoje, 18 de março, às 09:00 [locais, 08:00 em Lisboa], o número de refugiados da Ucrânia [para a Polónia] ultrapassou os dois milhões de pessoas", referiu o organismo da guarda fronteiriça polaca, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
"A maioria [dos refugiados] são mulheres com filhos", acrescentou, referindo que "os funcionários da guarda fronteiriça são os primeiros polacos a ajudar [os refugiados] assim que estes cruzam a fronteira".
Comparado este número com o balanço total de refugiados ucranianos publicado pela ONU, dois em cada três refugiados fugiram do país em direção à Polónia. Muitos deles, no entanto, querem continuar a viagem para outros países.
Nos últimos dias, as autoridades polacas notaram, porém, uma queda no número de recém-chegados.
O número total de refugiados provocados pela invasão russa da Ucrânia ultrapassou os 3,1 milhões de pessoas na quinta-feira, de acordo com uma contagem do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).
Trata-se da pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os refugiados são predominantemente cidadãos ucranianos, mas também foram identificadas cerca de 162.000 pessoas provenientes de países terceiros, avançou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) na quarta-feira.
A ONU também identificou cerca de dois milhões de pessoas deslocadas internamente.
Na Polónia, o fluxo massivo de ucranianos foi bem recebido pela sociedade e pelas autoridades locais, sendo que estes refugiados podem registar-se oficialmente, desde quarta-feira, nos municípios onde foram acolhidos para beneficiar nomeadamente de serviços de saúde e de escolaridade temporária para os respetivos filhos.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia.
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou, até à data, pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos entre a população civil, incluindo várias dezenas de crianças, na sequência da ofensiva militar russa.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
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