O presidente dos Estados Unidos e o presidente da China comprometeram-se, esta sexta-feira, a "assumir responsabilidades internacionais" pela paz.
Durante o telefonema com Joe Biden, no qual o presidente dos EUA pretendia pressionar Pequim a juntar-se à condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia, Xi Jinping afirmou que a guerra "não é do interesse de ninguém". Além disso, o presidente chinês declarou que a "paz e segurança são os tesouros mais valiosos da comunidade internacional".
De acordo com uma transcrição preliminar avançada pela agência noticiosa estatal chinesa Xinhua, Xi Jinping pediu ao seu homólogo norte-americano para que trabalhe consigo em prol da paz mundial, dizendo que a situação na Ucrânia é algo que ambos "não gostariam de ver".
"A China e os Estados Unidos não devem apenas orientar as suas relações para o caminho certo, mas também compartilhar as suas responsabilidades internacionais, e trabalhar pela tranquilidade e estabilidade globais", disse o líder chinês.
Biden voltou a pedir a Pequim para se distanciar da posição do Presidente russo, Vladimir Putin, desde logo não aceitando os pedidos de Moscovo para ajuda militar chinesa.
De acordo com uma breve peça sobre a conversa telefónica transmitida pelo canal público chinês de televisão CCTV, Xi Jinping defendeu ainda que "as relações entre os Estados não podem chegar ao confronto armado".
Os dois dirigentes também assinalaram a sua vontade de "manter os canais de comunicação abertos".
A ligação de videoconferência, que durou cerca de 1h50, terminou às 10h53 em Washington [14h53 em Portugal continental], informou a Casa Branca. Foi a primeira chamada entre os dois chefes de estado desde novembro.
Minutos depois da conversa entre os dois líderes, a diplomacia chinesa disse que Pequim lamenta o "confronto e conflito", considerando que "não interessa a nenhuma das partes", sem atribuir qualquer culpa à Rússia.
"Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e como as duas maiores economias do mundo, cabe a nós não apenas liderar as relações China-EUA no caminho certo, mas também assumir responsabilidades internacionais e trabalhar pela paz e tranquilidade no mundo", disse o Presidente chinês.
O Presidente norte-americano advertiu ainda o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para as "implicações" e "consequências" para a China caso forneça "apoio material" à Rússia no "brutal" ataque deste país à Ucrânia.
Não ficou claro, contudo, se Biden conseguiu convencer Xi Jinping a ajudar na campanha de pressão ao Kremlin.
Até agora, Pequim tem se recusado a condenar a Rússia, o que deixa os Aliados preocupados com a possibilidade de o país fornecer apoio financeiro e militar ao Kremlin.
[Notícia atualizada às 19h39]
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