Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average fechou com ganhos pela quinta vez consecutiva, o que acontece pela primeira vez desde dezembro, ao subir 0,80%, para os 34.754,93 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq progrediu 2,05%, para as 13.893,83 unidades, e o alargado S&P500 avançou 1,17%, para as 4.463,12.
Em quatro sessões, o Nasdaq valorizou 10,4%.
Esta foi a melhor semana para os índices mais emblemáticos de Wall Street desde novembro de 2020.
Para Tom Cahill, da Ventura Wealth Management, depois de um longo período caótico, os investidores "consideraram que esta era uma oportunidade que não deviam deixar passar. E começaram a aumentar a sua exposição ao risco".
Com a aproximação do fim do trimestre, período importante para os fundos e os gestores de ativos, "vai haver um reequilíbrio das carteiras de obrigações para as ações", antecipou este analista.
A recente forte subida dos rendimentos obrigacionistas testemunha uma corrente de vendas dos títulos de dívida, cujos preços evoluem em sentido contrário aos rendimentos que proporcionam.
O índice VIX, que mede a volatilidade do mercado, voltou a baixar hoje, caindo para o seu nível mais baixo desde meados de fevereiro.
Mesmo a subida da taxa de juro de referência pela Reserva Federal (Fed), na quarta-feira, e o sinal de outras não diminuíram o apetite pelas compras.
"Havia um mercado com razões para vender, mas que não o fazia", comentou Patrick O'Hare, da Briefing.com. "Ninguém se quer colocar à frente de um comboio em andamento", ilustrou.
"Para muitas empresas, os fundamentais continuam excelentes", realçou Tom Cahill. Mas, devido à perspetiva de subida da taxa de juro, o seu potencial de crescimento parecia reduzido, e várias perderam entre 40 e 60% da sua capitalização, pelo que havia aqui abertura" para as aquisições, particularmente no caso das tecnológicas.
Contudo, apesar de a praça nova-iorquina ter vivido, "sem contestação", uma boa semana", Wall Street não acabou com a volatilidade, alertou Patrick O'Hare.
A inflação permanece, o crescimento da economia está a desacelerar e a invasão russa da Ucrânia não parece ter solução a curto prazo.
Moscovo anunciou hoje uma "aproximação" de posições entre a Ucrânia e a Federação Russa para permitir uma saída diplomática do conflito.
Mas um conselheiro do presidente ucraniano, Mykhaïlo Podoliak, relativizou este anúncio, estimando que a Federação Russa não tinha evoluído da sua posição inicial.
A situação associada à invasão russa "vai continuar em pano de fundo", segundo Tom Cahill, para quem "se deve seguir dia a dia, com a esperança de que não se agrave".
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