As autoridades da Coreia do Sul confirmaram a morte de 179 dos 181 tripulantes que seguiam a bordo de um avião que se despenhou quando tentava aterrar no aeroporto internacional de Muan, na manhã deste domingo.
De acordo com os bombeiros locais, os sobreviventes são dois membros da tripulação que foram retirados da cauda do avião e transportados para um hospital próximo.
Eis o que se sabe até ao momento:
O voo 7C2216 da Jeju Air era proveniente de Banguecoque, na Tailândia, e tinha como destino Muan, no sudoeste da Coreia do Sul. A bordo seguiam 175 passageiros - 173 sul coreanos e dois tailandeses - e seis tripulantes.
Ainda de acordo com as autoridades sul-coreanas, cinco vítimas mortais eram crianças com menos de 10 anos e maioria dos passageiros tinha entre 40 e 60 anos. A vítima mais nova é um menino de três anos e a mais velha tem 78 anos.
De acordo com o The Guardian, o Boeing 737-800 tentou fazer uma aterragem forçada pelas 9h03 locais (00h03 em Lisboa), após uma primeira tentativa de aterragem ter falhado devido a uma avaria do trem de aterragem.
O avião ainda foi visto a derrapar ao longo da pista e, após não conseguir reduzir a velocidade, terá colidido com uma vedação, incendiando-se de seguida.
A passenger plane crashed while landing in South Korea. Reports indicate 173 fatalities. pic.twitter.com/11xroKDxJs
— NEXTA (@nexta_tv) December 29, 2024
O chefe do corpo de bombeiros de Muan disse que a queda se deveu provavelmente a uma colisão com aves, combinada com condições meteorológicas adversas. "No entanto, a causa exata será anunciada após uma investigação conjunta", disse Lee Jeong-hyun, numa conferência de imprensa.
As duas caixas-negras do avião, "o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo já foram recuperados", disse o vice-ministro dos Transportes sul-coreano, Joo Jong-wan, numa conferência de imprensa.
Segundo o Ministério dos Territórios, a torre de controlo alertou a tripulação do voo JJA-2216 sobre uma colisão com pássaros e o piloto emitiu uma mensagem de alerta ('Mayday') antes de o avião cair dois minutos depois ao tentar aterrar.
As operações de busca e resgate estão a ser efetuadas por mais de 1.500 operacionais, incluindo 490 bombeiros, 455 polícias e 340 militares.
O presidente interino da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, já se deslocou ao local, que fica a cerca de 300 quilómetros de Seul, e ordenou a mobilização de "todo o equipamento e pessoal disponível".
"Nenhuma palavra de consolação será suficiente para as famílias que sofreram esta tragédia", afirmou o presidente interino.
Já o diretor-executivo da Jeju Air, Kim E-bae, apresentou um pedido oficial de desculpas: "Acima de tudo, expressamos as nossas mais profundas condolências e desculpas às famílias dos passageiros que perderam a vida neste acidente. Atualmente, a causa do acidente é difícil de determinar e temos de aguardar os resultados da investigação oficial das agências governamentais competentes. Independentemente da causa, como diretor-executivo, sinto-me profundamente responsável por este incidente", disse citado pelo The Guardian.
Todos os voos domésticos e internacionais de e para o aeroporto internacional de Muan foram cancelados após o acidente. De acordo com uma fonte do Ministério dos Transportes da Coreia do Sul, a pista estará encerrada até 1 de janeiro.
Este é já um dos desastres mais mortíferos da história da aviação da Coreia do Sul. A última vez que o país sofreu um desastre aéreo de grande escala foi em 1997, quando um avião da companhia aérea sul-coreana Korean Airline se despenhou no território norte-americano de Guam, matando as 228 pessoas a bordo.
[Notícia atualizada às 14h26]
Leia Também: Presidente deposto da Coreia do Sul volta a falhar interrogatório