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Fitch: Clima e terrorismo são as principais ameaças em Moçambique

A consultora Fitch Solutions considerou hoje, no relatório que analisa a economia de Moçambique a longo prazo, que as alterações climáticas e a violência no norte são as principais ameaças ao desenvolvimento económico do país.

Fitch: Clima e terrorismo são as principais ameaças em Moçambique
Notícias ao Minuto

12:44 - 23/03/22 por Lusa

Mundo Moçambique

"Moçambique é vulnerável a eventos climáticos extremos, especialmente inundações e secas, e isto vai continuar a colocar em risco a economia baseada na agricultura", lê-se no relatório, que aponta ainda que "as insurgências islâmicas em curso ameaçam atrasar o desenvolvimento do setor de gás natural liquefeito do país", crucial para o país.

De acordo com o documento, enviado aos clientes por esta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, confirma-se a melhoria da estimativa de crescimento económico para 5% este ano, acima da média de 4% registada entre 2015 e 2019 e mais do dobro dos 2,1% registados no ano passado.

"Antevemos uma forte recuperação económica em Moçambique este ano, com o abrandamento das restrições do distanciamento social a aumentarem o consumo privado, ao passo que um ambiente de segurança mais estável proporciona um aumento do investimento, particularmente no setor dos hidrocarbonetos", escrevem os analistas no relatório a que a Lusa teve acesso, e que contém as previsões a 10 anos.

O défice da conta corrente vai diminuir, de 21,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, para 15,7% este ano, o menor desequilíbrio desde 2009, de acordo com os analistas, que apontam que esta melhoria "será motivada principalmente pelo forte desempenho das exportações, incluindo de gás natural liquefeito".

No entanto, alertam, "a posição externa de Moçambique vai continuar frágil a curto prazo, já que os fluxos financeiros não são ainda suficientes para cobrir este elevado desequilíbrio, o que coloca pressão nas reservas externas".

A moeda moçambicana, acrescentam, vai permanecer estável este ano, com uma média de 63,92 meticais por dólar este ano, com o aumento dos preços do alumínio e do gás para cozinhar, para além das exportações de gás, a compensarem o impacto negativo do sentimento negativo decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Em 2023, antevemos uma ligeira depreciação de 1,7% no valor do metical face ao dólar, para uma média de 65 meticais por dólar devido ao declínio do preço do alumínio e à descida do valor das exportações de carvão", concluem os analistas.

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